Congresso aprova R$ 792 mil para Basílica da Natividade

Filho de Bolsonaro criticou a aprovação do crédito

Escrito por Agência Globo ,

O Congresso Nacional aprovou uma doação de R$ 792 mil para a obra de restauração da Basílica da Natividade, na cidade de Belém, na Cisjordânia. A Basílica da Natividade é um dos templos cristãos mais antigos ainda em uso no mundo. A aprovação do crédito em favor do Ministério das Relações Exteriores foi criticado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Pelas redes sociais, o deputado considerou que "em virtude da falta de controle há sério risco de essa verba ir parar em grupos terroristas da região". 

A Basílica da Natividade teve sua estrutura construída a partir do século IV no local onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus. Ela fica em Belém, território palestino, a cerca de dez quilômetros de Jerusalém. A igreja foi declarada patrimônio mundial da Unesco em 2012.

A agência da ONU para a Educação, Ciência e a Cultura, no entanto, afirmou que a igreja estava em situação de risco, o que levou à elaboração de um projeto de restauração do governo palestino com as três igrejas cristãs presentes no edifício - greco-ortodoxa, armênia e católica romana -, sob a supervisão da Unesco. Países como o Brasil, França, Espanha, Itália e Chile prometerem ajudar a financiar a sua recuperação.

Por sua vez, ao lado do diplomata Enesto Araújo, indicado para ocupar o Ministério das Relações Exteriores em seu governo, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, indicou novamente ontem ser favorável a que a embaixada brasileira em Israel seja transferida de Tel Aviv para Jerusalém. Bolsonaro, porém, evitou confirmar se vai mesmo tomar a medida. A ONU não reconhece Jerusalém como capital de Israel. A parte oriental da cidade - de maioria árabe e reivindicada pelos palestinos como capital de um futuro Estado - foi tomada pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias em 1967.

Na semana passada, o Egito cancelou uma missão comercial brasileira que começaria dali a três dias. Oficialmente, o país alegou problemas de agenda. Nos bastidores, no entanto, a decisão foi vista como uma retaliação à decisão de transferir a embaixada. No dia seguinte, ao ser perguntado sobre o assunto, Bolsonaro afirmou que a transferência ainda não estava decidida.

Questionado, Bolsonaro disse que, se o Brasil abrisse hoje a embaixada, seria em Jerusalém. Mas desconversou sobre uma decisão final:

"Quando eu assumir em janeiro, você vai ter essa resposta", disse, respondendo à pergunta sobre se a transferência ocorrerá, durante entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
 

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