Com Bolsonaro em recuperação, agenda de viagens deve ser revista

Complicações pós-cirurgia afetam planos do presidente. Desde o diagnóstico de pneumonia, cresceram as preocupações com a saúde

Escrito por Redação ,

As complicações no processo de recuperação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) após a cirurgia frustraram os planos do Governo de transferir temporariamente o centro de comando do País para um escritório improvisado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Neste sábado, o boletim médico divulgado pelo instituição informou que o presidente está sem febre e seu quadro é de boa evolução clínico-cirúrgica. “O quadro pulmonar está em regressão e houve melhora dos exames laboratoriais”, disse a nota.

O tratamento segue com antibióticos em função da pneumonia detectada na última quarta-feira (6). O presidente tem realizado exercícios respiratórios e caminhado fora do quarto, embora as visitas sigam restritas. Ontem, Bolsonaro publicou em suas redes sociais uma foto almoçando. “Uma pequena pausa para o almoço!”, escreveu. Pela manhã, o presidente ainda realizou caminhada, tomou chá e comeu gelatina.

Despachos

O Palácio do Planalto montou uma sala ao lado do quarto onde o presidente está internado há 14 dias para que ele pudesse estar pronto para despachar assim que o Legislativo retomasse as atividades, em 1º de fevereiro.

O espaço, com computador, impressora e um sistema para videoconferências, foi usado apenas duas vezes: uma para um encontro presencial com o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e outra para conversa em vídeo com o ministro Augusto Heleno (Segurança Institucional).

Inicialmente, a estimativa era de alta após dez dias de internação, completados na quarta. Contudo, complicações como acúmulo de líquidos no estômago e na cavidade abdominal e uma pneumonia levaram ao aumento de cuidados e à postergação da alta, ainda sem previsão.

Antes da internação, sua equipe já buscava datas para duas viagens ao exterior entre março e abril, aos EUA e a Israel. Essas viagens já são vistas como improváveis. Depois que tiver alta, Bolsonaro deve ter uma rotina reduzida de atividades em Brasília.

O tratamento com antibióticos, que começou após uma febre, deve fazer com que ele permaneça internado por pelo menos mais uma semana, totalizando quase 20 dias, próximo ao dobro do estimado inicialmente. O porta-voz do Governo, Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro ficou triste com a notícia de uma pneumonia, mas afirmou que ele logo recuperou o ânimo e humor em seguida.

A cada dia em que o boletim médico trazia uma piora, o presidente e seus filhos recorriam às redes sociais para fazer publicações que demonstravam que ele estava bem e criticar indiretamente a cobertura da imprensa.

No dia seguinte à divulgação do quadro infeccioso, Bolsonaro foi ao Twitter pela manhã e postou uma foto sorrindo em frente a uma bandeja com gelatina e água, em comemoração à retomada da alimentação por via oral após mais de dez dias de jejum.

Mesmo tendo intensificado a agenda na última sexta, com conversas por telefone e despachos presenciais, o presidente foi aconselhado pelos médicos a não se exaltar. Pessoas próximas relatam que ele está ansioso para retomar às atividades, e familiares e médicos tentam limitar os contatos para que isso não retarde mais a alta.

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