Camilo sobre intervenção no Rio: 'o Exército deveria estar protegendo as fronteiras do País'

Governador diz esperar que a decisão ajude o Rio de Janeiro, mas não vê a medida como solução: 'não vai resolver'

Escrito por Redação ,

Após o governo federal decidir fazer um intervenção militar no Rio de Janeiro, a medida tem levantado questionamentos sobre sua eficácia no combate à violência, principalmente porque o problema tem atingido diversos estados brasileiros, como o Ceará, que vive um momento turbulento em sua segurança pública. Nesta quinta-feira (22), o governador do Estado, Camilo Santana, expressou sua opinião sobre o assunto. Em entrevista à Rádio Verdes Mares, ele destacou que não acredita que a decisão resolverá a crise do Rio e que o Exército deveria "estar protegendo as fronteiras do País", e não focado em apenas uma área.

"Na minha opinião, o Exército deveria estar nas fronteiras do Brasil para evitar a entrada de drogas e armas clandestinas. Assim, você estaria protegendo todos os estados brasileiros", pontuou Camilo. Segundo o chefe do executivo estadual, 98% das mortes no Ceará foram causadas por armas de fogo, que, em sua maioria, são oriundas do exterior. "O Brasil não fabrica armas ou drogas, isso é trazido de outros países. É preciso fortalecer esta fiscalização. Por que a Aeronáutica não está protegendo as fronteiras áereas? Por que a Marinha também não faz isso?. Tem muita droga entrando no País pelo mar", reforça.

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Camilo Santana também lembrou que o Exército já estava atuando no Rio de Janeiro "há quase oito meses", e o que se viu foi um aumento nos indicadores de violência. O governador negou que a força-tarefa enviada pelo presidente Michel Temer ao Ceará, composta por homens da Polícia Federal (PF) e Força Nacional, seja semelhante à intervenção do Rio. Segundo ele, trata-se apenas de um trabalho de inteligência para auxiliar as autoridades locais no planejamento e combate às facções criminosas.

Ainda sobre a intervenção na segurança do Rio de Janeiro, Camilo diz considerar a decisão "extrema", mas entende a medida, dada a situação "deprimente" do Rio, não só do ponto de vista da segurança pública, mas também da organização econômica local. "Chegou a ponto de o Estado não ter nem condições de colocar combustível nas viaturas da polícia. Assim, espero que a decisão ajude o Rio, mas há visões totalmente diferenciadas, que acho que não resolverão (o problema da violência)", pontua.

Confira a entrevista completa de Camilo Santana na Rádio Verdes Mares:

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