Aliança Maia-PSL preocupa, diz André Figueiredo sobre eleição na Câmara

De acordo com o deputado federal, a preocupação é que, com o controle de comissões importantes pelo PSL, as discussões acabem prejudicadas

Escrito por Redação ,

O deputado federal reeleito André Figueiredo (PDT), presidente estadual do partido, declarou que o anúncio de que o PSL apoiará a reeleição de Rodrigo Maia (DEM) para a Presidência da Câmara gerou apreensão entre o bloco de oposição formado por PDT, PSB e PCdoB. A preocupação é a informação que, em troca do apoio, o partido do presidente Jair Bolsonaro pode assumir o comando das comissões de Constituição e Justiça e de Orçamento. "Tínhamos avançado muito no diálogo com o presidente Rodrigo Maia. Essa composição com o PSL em troca da presidência das duas comissões mais importantes da Câmara não deixou de parar um pouco esse avanço", explica.

Figueiredo teme que, com a presidência dos dois colegiados, o PSL, segundo maior partido da Casa, acabe por cercear os espaços para discussão de matérias importantes. "Não queremos nos furtar à discussão, mas não aceitamos que, de repente, a discussão dê-se com atropelos e desrespeitando o diálogo com a oposição", diz.

De acordo com o trabalhista, o anúncio, entretanto, não enterra a possibilidade de um apoio para Maia. "Estamos apenos discutido a forma como isso será feito, se de fato houve essa concessão dessas duas comissões importantes", esclarece. O deputado anuncia que o democrata deverá vir ao Ceará na próxima terça-feira (8), com uma reunião prevista com o PDT e o governador Camilo Santana (PT), e o assunto deverá ser debatido durante a visita.

Previdência

O parlamentar também comentou a entrevista do presidente divulgada ontem (3) pelo SBT na qual ele propôs a idade mínima de 62 anos para homens e 57 para mulheres para a aposentadoria. Para o trabalhista, em sua fala, o presidente resumiu a reforma da Previdência a implementação de uma idade mínima. "Vamos ver se ele consegue colocar essa vontade dele acima da vontade do (ministro da Economia) Paulo Guedes", diz.

O parlamentar afirma que a reforma da Previdência é necessária, mas não pode ser feita nos termos que era proposta pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). Para ele, o prioritário é "respeitar direitos", especialmente de quem está perto de se aposentar, além de observar-se a realidade de cada categoria profissional. "(Uma idade mínima de) 65 idades para quem trabalha no ar-condicionado pode ser uma idade mínima adequada, mas para quem está na agricultura, no sol quente do nosso Nordeste, tendo que contribuir por 40 anos é uma perversidade, porque essa pessoa nunca vai aposentar-se", explica.

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