Aliados políticos de Camilo querem diálogo sobre secretariado do Estado

Partidos da base de Camilo esperam para a próxima semana encontro para debater a composição do secretariado

Escrito por Miguel Martins ,

Após apresentação de proposta que reduz de 27 para 21 o número de secretarias de seu novo Governo, o governador Camilo Santana (PT) terá pela frente uma série de encontros com agremiações partidárias no intuito de abrigar os aliados. Presidentes dos 24 partidos da base que reelegeu o chefe do Executivo aguardam reunião na próxima semana, antes da definição dos nomes dos novos gestores estaduais, em meio a muitas especulações sobre nomes. 

Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Nelson Martins, o debate sobre a composição do Governo deve ocorrer na próxima semana. “É lógico que ele vai ouvir os partidos. Até o dia 1º de janeiro tudo tem que estar resolvido. Primeiro temos que votar a Reforma Administrativa”, disse Martins. A ideia, diz o chefe de gabinete Élcio Batista, é definir os nomes antes do Natal. 

Os presidentes de partidos querem ser chamados para discutir potenciais quadros que podem auxiliar na gestão. Uma das diretrizes, aponta Nelson Martins, é levar em consideração o conhecimento técnico das indicações. 

Líder do MDB, o deputado Danniel Oliveira afirma que o governador tem dialogado com o presidente do partido, Eunício Oliveira, e ficou acertado que haveria, sim, indicações emedebistas ao governo. Ele cita espaços como a Secretaria das Cidades e Recursos Hídricos, mas pondera que não há pressão por cargos. 

No comando da Secretaria das Cidades e Conselho Estadual de Educação, o PP “quer continuar ajudando o Governo”, conforme disse o presidente da legenda, o deputado federal eleito AJ Albuquerque. 

“Vamos ouvir primeiro o governador e saber mais sobre o corte das secretarias. Ainda não fui chamado, mas acredito que desempenhamos papel importante no Governo e poderemos ajudar no segundo mandato”, defendeu. 

O presidente do PPS, Alexandre Pereira, se reuniu com parlamentares da legenda, nesta sexta-feira, para tratar das mudanças da segunda gestão Camilo Santana. Para o dirigente, mesmo tendo o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o partido “tem participação muito pequena no Governo”.  Pereira destacou ainda que o governador sinalizou reunião com o PPS para a próxima semana, mas não há data. 

Quadros

O PCdoB comanda, atualmente, a Pasta da Ciência e Tecnologia, mas segundo o presidente do partido, Luis Carlos Paes, a agremiação tem “diversos quadros que podem contribuir”. Segundo Paes, a sigla aguarda diálogo para ter uma ideia de como irá participar. 

Atualmente, o partido do governador, o PT, tem como pastas principais a Casa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA). O presidente da legenda, Moisés Braz, afirma que Camilo se comprometeu em se reunir com a bancada após retorno de Brasília para tratar sobre participação petista no Governo bem como na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. 

O presidente do PDT Ceará, André Figueiredo, disse que também está aguardando convite do governador para tratar da nova gestão. De acordo com ele, a sigla pedetista, antes do ingresso do grupo liderado por Ciro e Cid Gomes, foi contemplada apenas com a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), que deixará de existir. Há expectativa de mais espaços.

Últimas disputas

Em 1985, o deputado Murilo Aguiar, apoiado pelo então governador Gonzaga Mota, disputou a presidência da Casa com Castelo de Castro, apoiado pela oposição e pelo presidente da Casa, Aquiles Peres Mota. Uma das mais tumultuadas disputas da história do Legislativo. Na ocasião, Murilo Aguiar sofreu um infarto. O parlamentar faleceu .

Rompimento

Depois de três décadas, em 2016, o neto de Murilo, deputado Sérgio Aguiar resolve disputar a presidência da Casa com Zezinho. Por 27 votos a 18, Albuquerque foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo, algo inédito até então na Casa. A disputa provocou o rompimento do grupo governista com Domingo Filho.

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