Aliados de Lula comentam a demora sobre a decisão a favor do habeas corpus

Enquanto o juiz Sérgio Moro critica a decisão do TRF para soltar Lula, aliados do ex-presidente observam que a medida "saiu tarde"

Escrito por Redação ,

O presidente do PT em Fortaleza (CE), o advogado Deodado Ramalho, afirma que a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF-4) para soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, neste domingo (8), já "veio tarde". 

Após conferir a decisão judicial, endossada pelo desembargador Rogério Fraveto, baseado no pedido de habeas corpus dos deputados petistas Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, Deodato Ramalho chama atenção que a liminar sai em meio a "decisões desencontradas" do Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a liberdade de Lula.

Para o presidente do PT municipal, a decisão vem para "pôr ordem na casa" do sistema jurídico do País. "Não podemos mais viver com essa insegurança jurídica. O Brasil precisa voltar a respirar ares democráticos", aponta.

Acrísio Sena, vereador do PT e ex-presidente do partido em Fortaleza, reforça o restabelecimento, com a decisão, da Justiça do País. "O estado democrático de direito, com a soltura do Lula, começa a tomar sua feição natural, que foi burlada tantas vezes", avalia. 

Moro

Sobre a declaração do juiz federal Sérgio Moro, que criticou a decisão, afirmando que o plantonista do TRF-4 não poderia encaminhar essa medida, Deodato observa como "na cabeça de Moro existe um processo de cassar o Lula. A ordem é do TRF. Me admira que esse juiz tenha perdido a noção de equilíbrio. Só uma instância superior pode rever essa decisão. Mas ele (Moro) se julga acima da lei e da Constituição", contesta o petista.

Prisão

O deputado federal Chico Lopes (PC do B-CE) comenta o caso: "a prisão de Lula foi extremamente injusta, sem provas e motivadas somente pela questão política. Lula liderava e segue liderando todas as pesquisas para a eleição à presidente", disse, em nota divulgada por sua assessoria. 

Segundo o parlamentar cearense, o ex-presidente é alvo de "perseguição" de setores do poder Judiciário e do Ministério Público. 

Lopes pondera, no entanto, que "a notícia de um habeas corpus que põe fim a três meses de uma prisão injusta e revoltante pede ainda cuidado e paciência, pois não se sabe se virá a ser revertida por outros interessados em manter Lula longe das eleições. Chama atenção inclusive a demora em fazer cumprir a decisão do habeas corpus", percebe o parlamentar, reforçando a observação de Deodato Ramalho.

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