Mayra diz que atuará pelo fim da reeleição

Candidata do PSDB ao Senado denunciou vazamento de fotos íntimas e criticou violência contra mulher

Escrito por Redação ,

Caso seja eleita senadora pelo Ceará, a candidata Dra. Mayra (PSDB) não tentará reeleição. Ontem, ela foi a terceira postulante ao Senado pelo Ceará a ser entrevistada pelo "Diário na TV", da TV Diário, e destacou a necessidade de mais investimento no Programa Saúde da Família (PSF), além de medidas socioeducativas mais eficazes para adolescentes infratores e maior proteção para as mulheres.

Ao Diário do Nordeste, a tucana também denunciou que, assim como aconteceu em 2015, quando disputava a presidência do Sindicato dos Médicos do Ceará, nesta semana fotos íntimas dela foram vazadas nas redes sociais. A Polícia Federal investiga o caso. Na tarde de ontem, informou ela, após três anos, aconteceu audiência judicial contra a pessoa que disponibilizou suas imagens na Internet.

"Em 2015, a gente entrou com processo criminal e civil. Identificamos as pessoas que fizeram isso, e hoje (ontem) tem pedido de prisão dessa pessoa. Mas, nas últimas 48 horas essa fotos voltaram, agora com legenda, com meu número de candidata", alertou a postulante, ressaltando que tal ação é tipificada como crime eleitoral e, por isso, as investigações estão a cargo da Polícia Federal.

Violência

"Isso é grave, porque a gente vive um contexto em que a violência contra a mulher está tão exacerbada e alguém se coloca contra uma mulher íntegra. Isso é uma barbárie, mas é a forma de se fazer política no Brasil, e vai ser sempre assim. A gente tem que ser forte", afirmou.

Apesar de saber das dificuldades que poderá enfrentar na vida política, Dra. Mayra informou que resolveu disputar uma vaga no Senado para garantir ao Ceará projetos que modifiquem, principalmente, a Educação e a Saúde no Estado.

De acordo a postulante, na política há uma porta de entrada e uma de saída. Por isso, ela defende a tese de que não haja reeleição para mandato no Senado, por exemplo. "Você passa oito anos e volta para o lugar de onde veio. As pessoas acabam se acostumando, fazendo do poder sua morada", apontou. Em sua opinião, é preciso que as casas legislativas estejam sempre se renovando, o que não impede que determinado político dispute um outro cargo eletivo.

Um dos principais desafios em eventual mandato, segundo Dra. Mayra, será requalificar o Programa Saúde da Família. Entre as metas defendidas pela candidata, está a de totalizar 100% das famílias cearenses atendidas pelo programa.

Adolescência

Na área da Segurança Pública, ela afirmou que o programa "Ceará Pacífico" tem seus méritos na forma como foi pensado, mas opinou que faltou ao Governo do Estado construir todos os itens para que o projeto tivesse êxito, como, por exemplo, mais investimentos no setor de tecnologia, interligando as polícias com a Justiça.

"No Senado, queremos contribuir com projetos de inovação e tecnologia. Podemos aumentar o efetivo, o contingente que faz fiscalização nas fronteiras, nos portos e aeroportos. A gente não tem fiscalização em Jericoacoara e em Canoa Quebrada, que são lugares por onde as drogas entram no Estado", disse.

Dra. Mayra se colocou contra a redução da maioridade penal no Brasil e disse que, como médica pediatra, tem como dever a proteção da criança. "Foi negado a adolescentes acesso à escola e boa parte dos nossos problemas estão relacionados à precariedade do ensino. Precisamos melhorar as escolas, queremos que os adolescentes saiam de lá profissionalizados e qualificados. Dessa forma a gente vai evitar que o presídio seja utilizado como forma de mudança desses jovens", disse. "Temos que fazer uma reforma nessas fundações que dizem ser reformadoras", acrescentou a tucana.

A candidata do PSDB defendeu, ainda, a produção de um projeto de Lei para instalação de um banco de dados que disponibilize à sociedade imagens de homens que praticaram crimes contra mulheres, para que, com isso, a reincidência de ações do tipo seja evitada. "Muitas mulheres têm medidas protetivas, voltam para casa e são assassinadas na vigência da medida protetiva porque homens acham que têm domínio sobre elas", disse.

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