Magno Malta diz que não se separa religião e política

Escrito por Redação ,
Legenda: Citado como vice ideal de Bolsonaro, o senador diz que será mais importante no Senado
Foto: Foto: Kleber a. Gonçalves

Embora seja citado recorrentemente como vice ideal pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), é no Senado Federal que o senador Magno Malta (PR-ES) diz querer continuar, mas não com poucos aliados. Em uma cruzada de apoio a diversos pré-candidatos pelo País, ele trabalha para que, a partir do próximo ano, seja mais numerosa a bancada "cristã" na Câmara Alta, que atue em defesa "da vida" e "da família", para, segundo o senador, contrapor-se à "bandalheira que fizeram esses 'esquerdopatas' ao longo de 14 anos". Ao Diário do Nordeste, Malta defendeu que não é possível separar política e religião e frisou que, mesmo se sentindo "honrado" com as investidas de Bolsonaro, é candidato à reeleição.

Evangélico, o senador disse que pré-candidatos de diferentes religiões devem "esquecer questões doutrinárias" em nome de uma união por "causas" em comum. A meta é eleger um senador com tal perfil por Estado. "Se nós somos um país cristão, e entendemos que todos os valores de uma sociedade começam com a família, então, numa eleição de dois (senadores), se não aproveitarmos esse momento que é tão propício... Nós temos condições de fazer isso. Eu tenho dado o meu esforço", afirmou o senador, em entrevista após o evento de lançamento da pré-candidatura do empresário Luís Eduardo Girão (PROS) ao Senado, na Assembleia Legislativa, na última segunda-feira (9).

Segundo ele, não é possível separar religião e política, porque "não se separa um homem de suas convicções". "O (ministro Dias) Toffoli (do STF) soltou o José Dirceu por quê? Porque ele foi para dentro do Supremo com as convicções dele. E esse juiz que soltou o Lula? Ele foi para lá com as convicções ideológicas dele. Nunca se separou delas. Por que eu preciso me separar da minha confissão de fé? Eu sou movido a isso".

Magno Malta acredita que as igrejas terão mais importância nesta campanha, uma vez que líderes religiosos, conforme sustenta, devem dar "consciência" aos fieis ao mostrar que o Brasil foi, nas palavras dele, "vilipendiado" e "assaltado" nos governos do PT, que teriam feito "uma bandalheira contra os nosso valores". "É muito importante nesse momento, em que os valores de família foram duramente atacados durante 14 anos, que os pastores, sim, que os padres, sim, que qualquer líder religioso que tem as pessoas consigo sejam muito mais importantes do que foram nesse processo".

Para o senador do PR, o risco de abuso de poder religioso no pleito, que vem sendo discutido em debates sobre Direito Eleitoral, é uma "invenção". Ele rejeita, porém, a prática de campanha no interior de templos. "O lugar do culto é do culto, eles têm que parar com essa história de colocar candidato sentado no altar", afirmou.

Importância

Sobre a chapa de Bolsonaro, Magno Malta disse estar "muito honrado" em ser considerado para disputar o cargo de vice-presidente, mas acredita que será mais "importante" no Senado. Como vice, ele afirma que não teria "microfone na mão", nem poderia "assinar nada".

"Por que o vice de Bolsonaro é essa insistência que a imprensa nacional quer? Tem alguma coisa por trás disso. É o cara botar o pescoço de fora e começar a ser escrachado antes da hora? O que tenho perguntado é o seguinte: será que para a sociedade, para as famílias, a minha luta em defesa das crianças, será que vale a pena eu ficar calado?", questionou. "Digo para ele: você é presidente sem mim, com qualquer outro vice. Tenho que avaliar é a minha importância, e, na minha cabeça, sou importante é no Senado", concluiu.

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