Luciana Genro quer foco no meio ambiente

Candidata do PSOL passou o dia de ontem em campanha no Ceará ao lado do postulante do seu partido ao Governo

Escrito por Redação ,
Legenda: Luciana Genro defende uma mudança na lógica da economia nacional como medida de transição para a implantação do socialismo
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

Em sua passagem pelo Ceará, a candidata à Presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro, lançou o seu programa de Governo Ecossocialista, sustentando que o desenvolvimento do Brasil, seja na política industrial, agrícola e de infraestrutura, estará subordinado à preservação do meio ambiente.

Ela defendeu ainda um Governo para a maioria, revolucionando a estrutura tributária do País e contrariando o interesse do mercado financeiro. Segundo ela, a ideia é mudar a lógica da economia do Brasil com medidas de transição que sigam para a implantação do socialismo. "Não vamos implantar o socialismo da noite para o dia, porque isso é um processo, mas nós vamos tomar medidas de transição que vão apontar para esse sentido", enfatizou.

Luciana explica que, entre as propostas para a mudança na estrutura tributária, estão o fim da isenção de impostos para produtos transgênicos e agrotóxicos e a regulamentação do imposto sobre as grandes fortunas, presentes na Constituição e ainda não regulamentado, que estabelece que detentores de fortunas acima de R$ 50 milhões paguem uma alíquota de 5% ao ano. O arrecado seria investido em educação.

"Não é para aumentar o tributo sobre o 'riquinho' é para aumentar sobre o 'ricaço', a gente estima que se possa arrecadar R$ 90 bilhões ao ano, o que é equivalente a tudo que o Brasil vai gastar com educação em 2014", admite a candidata.

Segundo ela, a diferença da sua candidatura para a dos outros candidatos à Presidência da República é que ela diz os interesses que serão contrariados com seu Governo e aponta de onde irão sair os recursos para fazer esses investimentos necessários nas mais diversas áreas. Luciana ainda afirma que o seu grupo político, caso eleito, pretende contrariar os interesses de banqueiros, empreiteiros e grandes milionários.

Propostas

A candidata ainda criticou os políticos que garantem que irão governar para todos, pois, segundo ela, quem usa esse discurso governa apenas para as minorias que financiam as campanhas eleitorais milionárias. "Os bancos e as empreiteiras são os maiores doadores dos grandes partidos e esses são os que recebem as maiores atenções dos governos", acrescentou.

De acordo com a candidata, o programa ecossocialista, lançado ontem em Fortaleza, apresenta um conjunto de propostas que dialogam com as necessidades ambientais, como mais investimentos na produção de energia solar e eólica e a construção de adutoras e cisternas com prioridade para o consumo humano e não para o uso em empreendimentos.

O programa também abriga uma das propostas mais citadas por Luciana que é o fim de qualquer tipo de isenção ou benefício fiscal para produtos transgênicos. A ideia é passar a oferecer isenções para a agricultura familiar ecológica. "Inverter esse lógica, oferecer isenções para agricultura familiar ecológica para estimular esse segmento da economia que é o que produz alimentos mais saudáveis e seguros para o consumo".

Apoio no Ceará

Quanto ao apoio por parte do partido no Ceará, Luciana Genro ressaltou que o PSOL como um todo está unido em torno de sua candidatura, que foi aprovada por unanimidade em convenção nacional em junho. Ela destacou que o partido no Ceará é muito forte e um do mais mobilizados.

Luciana ainda salientou a candidatura de Ailton Lopes ao Governo do Estado é uma expressão importante em lutas a favor das mulheres, contra o proibicionismo e em defesa do meio ambiente. Por sua vez, Ailton Lopes afirmou estar entusiasmado com a presença de Luciana por sua defesa nos interesses da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres, LGBTs e dos tradicionais e por proporcionar maior visibilidade aos candidatos cearenses do PSOL.

Luciana chegou ao Ceará na última terça-feira. A candidata se reuniu, ontem, com militantes na sede do partido para lançar o Programa Ecossocialista e realizou visitas às comunidades dos índios Anaces impactadas com o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e ao centro de reabilitação de mamíferos da Aquasis, em Iparana.

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