Insatisfação de Camilo com o PT

Petista relembrou a ausência de Lula e Dilma em sua primeira campanha pelo Governo do Estado, em 2014

Escrito por Redação ,
Legenda: Candidato à reeleição pelo PT, o governador Camilo Santana concedeu, ontem, entrevistas à TV Verdes Mares e à TV Diário. No telejornal "CETV 1ª Edição", ele foi entrevistado pelos jornalistas Luiz Esteves e Patrícia Nielsen
Foto: Foto: José Leomar

Candidato à reeleição pelo PT que menos recebeu recursos de campanha da legenda, o governador Camilo Santana diz estar insatisfeito com o tratamento dispensado pela direção nacional da sigla petista à candidatura. "Eu não sei qual o preconceito deles comigo. Acho que isso não é justo e não estou satisfeito", declarou ao Diário do Nordeste. Ontem, o chefe do Poder Executivo, que lidera as intenções de voto no Ceará, esteve no Sistema Verdes Mares (SVM), onde concedeu entrevistas à TV Verdes Mares e à TV Diário.

> Camilo Santana defende ampliação de políticas

Ao Diário do Nordeste, Camilo lembrou que, em 2014, nem o ex-presidente Lula nem a então presidente Dilma Rousseff fizeram campanha para ele, por conta da aliança que tinham com o senador Eunício Oliveira (MDB), à época adversário do petista. Quatro anos depois, ele é um dos quatro postulantes à reeleição pelo PT no País e, dentre estes, é o que teve, até o momento, o menor volume de recursos do fundo eleitoral liberado pela sigla (veja quadro).

No "CETV 1ª Edição", da TV Verdes Mares, e no "Diário na TV", da TV Diário, Camilo amparou-se em números favoráveis ao governo e reafirmou propostas para eventual segundo mandato. As entrevistas com os candidatos ao Governo do Estado seguem durante toda a semana: hoje, é a vez de Ailton Lopes (PSOL). Amanhã, o entrevistado é General Theophilo (PSDB) e, na quinta, Francisco Gonzaga (PSTU). Já na sexta, é a vez de Hélio Góis (PSL).

Questionado sobre segurança pública, o postulante afirmou que todos os investimentos feitos na área no atual governo, que permitiram contratação de pessoal e ampliação de equipamentos, são oriundos do Estado. "Tudo o que tenho feito é com recursos próprios do Estado. Estamos enfrentando as facções criminosas e nossa determinação é não arredar um milímetro no combate ao crime no Ceará".

Ele citou, por exemplo, a contratação de nove mil agentes de segurança nos últimos três anos e a expansão do Raio para municípios com mais de 50 mil habitantes. A pretensão do petista, em eventual novo governo, é ampliar para as cidades com pelo menos 30 mil moradores.

Ele defendeu também que, embora tenha enfrentado crise econômica, política e hídrica, o Estado é o que, proporcionalmente, mais faz investimento público no País. Ao expor propostas para a saúde, Camilo citou, além da conclusão do IJF 2, a instalação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas em todos os municípios com mais de 50 mil habitantes. Para a educação, o candidato disse que pretende ampliar a rede de ensino em tempo integral, além de escolas profissionalizantes. Ele também tratou de outras áreas, como turismo, infraestrutura e geração de emprego.

Critério

Camilo é o 11º entre 16 candidatos do PT a governador em recebimento de recursos do fundo, com repasses superiores apenas aos recebidos pelos candidatos de Santa Catarina, Pará, Paraná, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. Segundo dados da plataforma DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral, no Ceará, ele recebeu menos recursos até que candidatos a deputado federal: Luizianne Lins teve repasse de R$ 500 mil.

Já José Guimarães e José Airton receberam R$ 450 mil cada. De R$ 1,7 bilhão do fundo eleitoral, R$ 212 milhões são destinados ao PT. "Falei com a presidência do meu partido, perguntei qual era o critério, mas até agora nada. Espero receber mais daqui para a frente", afirmou.

Ainda de acordo com o DilvulgaCandContas, Camilo gastou, até o momento, apenas R$ 106 mil com a campanha, apesar de ter visitado diversos municípios, viajado de avião e transferido recursos para candidaturas proporcionais. Questionado sobre os reais gastos na disputa, ele respondeu apenas que não tem tempo para acompanhar tais dados. O petista disse, ainda, que não tem tido propaganda da forma como queria. "Minha campanha é simples. Até tenho reclamado que nem propaganda está tendo direito", afirmou.

Fundo Eleitoral

Quanto já receberam do PT os Governadores do partido que tentam reeleição:

 Fernando Pimentel (MG)

R$ 2,4 milhões

Eleitorado apto: 15,7 milhões

Rui Costa (BA)

R$ 710 mil

Eleitorado apto: 10,3 milhões

Wellington Dias (PI)

R$ 482,5 mil

Eleitorado apto: 2,3 milhões

Camilo Santana (CE)

R$ 392 mil

Eleitorado apto: 6,3 milhões

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