Gorete quer apoio de Camilo para reformular o PR

Escrito por Redação ,

Futura presidente do Partido da República (PR) no Ceará, a deputada federal Gorete Pereira chamou de "machistas" seus ex-correligionários de legenda que, segundo disse, não a queriam no comando do grêmio. Agora, ela espera contar com a orientação do governador Camilo Santana (PT) para fortalecer a sigla no Estado. Enquanto deputados da base governista comemoram o ingresso da sigla no grupo de sustentação do Governo, a oposição lamenta ter perdido uma de suas principais agremiações.

Segundo a dirigente, está havendo um "acerto final" com a presidência nacional do partido para se ter uma ideia do tamanho que o PR deve ter no Estado a partir dos próximos meses, uma vez que, com a saída de Capitão Wagner, Cabo Sabino e do grupo liderado por Roberto Pessoa, a tendência é que a sigla se esvazie. Parlamentares da Assembleia Legislativa, por outro lado, acreditam que, com a "janela partidária", que deve ter início no próximo dia 7 de março, muitos políticos devem ingressar no partido para fortalecê-lo para o pleito de outubro.

Enquanto Cabo Sabino deve ingressar no PHS, Capitão Wagner ainda tenta se filiar e comandar o PROS do Ceará. Já Roberto Pessoa e seu grupo ainda estão conversando com partidos ligados à cúpula da oposição. Em nota enviada ao Diário do Nordeste, a executiva nacional do PR afirmou que a nova composição da legenda ainda não foi fechada e que "oportunamente o partido disponibilizará em seu site a nova composição da sigla republicana no Estado do Ceará".

Gorete Pereira, por sua vez, chamou os ex-correligionários de "machistas", visto que não queriam aceitar que "uma mulher que está no partido há 20 anos presida o partido". Ela disse que não pode deixar de "levar o PR para o governador", uma vez que ele teria destinado cerca de R$ 180 milhões para o Município de Maracanaú e a aliança seria a "retribuição".

A deputada está avaliando os quadros que querem permanecer ou ingressar na legenda, a fim de apresentar um partido "robusto" para a direção nacional. "Estamos vendo o que o governador pode nos oferecer de deputados. Já que a gente fez pelo governador, queremos ver o que ele pode fazer pelo partido".

A dirigente disse, inclusive, que vai convidar Camilo Santana para ingressar no PR, até porque há histórico de questionamentos sobre a permanência do chefe do Executivo no PT.

Para o secretário da Casa Civil, Nelson Martins, com o ingresso do PR na base governista, "o tempo de TV e Rádio vai ajudar muito, principalmente quando o Governo tem o que mostrar de trabalho. A vinda do PR, com a deputada Gorete, amplia apoios políticos importantes".

Para o líder do Governo na Assembleia, Evandro Leitão (PDT), o ingresso de mais um partido de oposição na base decorre de realizações positivas da atual gestão. No entanto, ele disse ser cedo para falar em filiações de governistas ao PR, destacando que o momento é de tocar projetos do Governo.

Opositores

A oposição, por outro lado, vê com dificuldade a possibilidade de retomar protagonismo na política local. Para o deputado Carlos Matos (PSDB), o peso que os deputados federais têm para as agremiações é uma "deformação" da legislação eleitoral, além do peso da "cooptação do Governo" junto à oposição.

Já Fernanda Pessoa (ainda no PR) afirmou que, apesar da derrota, seu grupo político continua coeso. Ela também lamentou a "força" que a função de deputado federal terá no pleito eleitoral, por conta da cláusula de desempenho, e criticou a atitude de Gorete Pereira. "O doutor Roberto (Pessoa) ajudou ela a manter seu mandato através de votos em Maracanaú. Mas não podemos perder a coerência, e não podemos caminhar em mesmo grupo com ideias diferentes".

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