Gorete e Roberto guardam trunfos na disputa por comando do PR

A deputada quer levar o partido para o Governo, e Pessoa, na oposição, admite um candidato próprio contra Camilo

Escrito por Redação ,
Legenda: Roberto Pessoa não aceita o partido ser comandado por Gorete Pereira pela ligação dela com o governador Camilo Santana
Foto: Foto: José Maria Melo

O impasse sobre o comando do Partido da República (PR) no Ceará pode estar próximo do fim. Presidente de honra da legenda, o vice-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, agendou para hoje reunião com lideranças da executiva nacional da sigla, a fim de apresentar resultados das últimas movimentações da legenda no Estado. Ele dirá que, sob seu comando, o partido poderá ter o Capitão Wagner como candidato a governador do Estado, neste ano.

Por outro lado, a vice-presidente do grêmio, deputada Gorete Pereira, não abre mão de levar o partido a apoiar o governador Camilo Santana à reeleição. Por ser deputada federal, a única do partido no Ceará, ela tem a preferência do comando. Ela dirá para a direção nacional que não acredita em candidatura do Capitão Wagner (PR) ao Governo.

A parlamentar, que participou de evento ao lado do governador Camilo Santana, na tarde de ontem, em Juazeiro do Norte, disse que desconhecia qualquer candidatura da oposição no Estado, e que, enquanto isso não fosse definido, ela iria permanecer atuando ao lado do chefe do Poder Executivo. "Você acha que esse Capitão Wagner vai mesmo? Ninguém tem certeza, e quem tem já morreu. Quando souber de um candidato da oposição, aí vou me posicionar. Não posso ir para a chapa concorrendo para morrer", disse.

Gorete tem como trunfo o fato de ter ligações estreitas com a executiva nacional. Segundo afirmou, na condição de deputada federal e vice-presidente do PR no Estado, nunca procurou tirar qualquer filiado da legenda, sempre respeitando o posicionamento de cada um, mas agora tem condição de comandar o partido, sem problemas.

Ela destacou ainda que não pode ter sua candidatura inviabilizada por conta da bancada de oposição. "Eles mandaram eu conseguir muita coisa para o Maracanaú, e o governador está ajudando. Conseguimos R$ 180 milhões para o Maracanaú. Aí você acha que eu posso chegar para o governador e dizer que vou ser contra ele? Eles querem que eu diga isso, mas não posso".

A republicana disse ainda que não acredita na viabilidade de candidatura de Capitão Wagner para o Governo, destacando que ele anunciou saída do PR, que tem 40 deputados federais, três ministros e tempo de TV, para entrar no PROS com apenas nove federais. "Uma pessoa dessa quer ser governador?".

Zero

Ainda de acordo com a republicana, havia um compromisso de Roberto Pessoa em dialogar com ela no início de março. "Vamos ver o que a executiva nacional vai dizer para ele, talvez peça para ele aguardar. Só sei que sou muito ligada à nacional". A deputada diz que a possibilidade de sair do partido "é zero".

Roberto Pessoa, por sua vez, acredita que nada vá mudar na legenda e até Lúcio Alcântara pode seguir na presidência, para evitar o confronto. "Ele foi quem me ofereceu a presidência, porque sou candidato", afirmou. Pessoa ressaltou ainda que a hipótese de ele se candidatar a deputado federal é remota, visto que Gorete Pereira é quem tem os votos em Maracanaú para a vaga à Câmara Federal.

"A Gorete ficando, obedecendo a direção, ela tem os votos de Maracanaú. Ela tem o voto do governador, mas vai ter que pesar isso aí". Pessoa disse que tem reunião na manhã desta terça-feira com o ex-deputado Valdemar Costa Neto, uma das principais lideranças da sigla.

Ele ressaltou que, em todo o País, o PR funciona através de comissão provisória e que as candidaturas a deputado federal terão importância vital no pleito deste ano por conta da cláusula de desempenho. Para ele, Gorete é um quadro importante para o grêmio. "O grande problema é saber que ela vai apoiar os Ferreira Gomes. A oposição estava acéfala, mas agora tem um candidato que é do partido dela. Eu sou pré-candidato a deputado estadual e só irei para federal se houver exigência do PR nacional", disse Pessoa.

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