'Fake news' e eleição em debate

Escrito por Redação ,
Legenda: Jornalista Ívila Bessa, editora-executiva digital do SVM, foi uma das participantes de painel promovido pelo TRE-CE para juízes e servidores
Foto: Foto: Helene Santos

O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) encerrou, ontem, ciclo de debates voltado a juízes, servidores e chefes de cartórios eleitorais com foco nas eleições deste ano. Durante todo o dia, temas como fiscalização de ilícitos, financiamento de campanha, propaganda eleitoral na internet e propagação de notícias falsas foram abordados no evento, realizado no auditório da Escola Superior de Magistratura do Ceará (Esmec). À tarde, em painel sobre "Fake news, Mídia e Eleições", especialistas em mídias digitais e advogados apresentaram dados e projetaram desafios a serem enfrentados por diversas instituições no pleito de 2018.

Mediado pelo juiz do TRE-CE, Roberto Viana Diniz de Freitas, o debate teve participações da advogada do Facebook, Patrícia Helena Marta, e das jornalistas Ívila Bessa, editora-executiva digital do Sistema Verdes Mares (SVM), e Daniela Nogueira, ombudsman do jornal O Povo. As características de informações falsas e as ferramentas necessárias para impedi-las de circular foram destacadas no painel.

Patrícia Helena reforçou parceria feita pelo Facebook com agências de checagem de informações no Brasil: Lupa e Aos Fatos. "Desinformação se combate com informação, com educação. Por isso, são louváveis essas iniciativas de se aprofundarem e checarem fatos que estão sendo divulgados", frisou.

Emocional

A jornalista Ívila Bessa, do SVM, destacou o caráter emocional de informações falsas, a partir da relação de confiança entre agentes de propagação - familiares e amigos - que pode influenciar o receptor, em detrimento até mesmo de veículos de comunicação. O desafio é gerado pelas diferentes interpretações que podem surgir de um mesmo episódio. "Tudo agora se transforma com o caráter emotivo", alertou.

Na opinião da editora-executiva digital do SVM, os mecanismos estabelecidos pelas próprias plataformas para direcionamento de conteúdo - fórmulas chamadas de "algoritmos" - podem, também, ser considerados fake news. "Por mais que estejamos aqui em 200 pessoas, existem três ou quatro que conseguem ter um alcance maior do que o outro, por critérios que as redes sociais definiram", disse.

Neste contexto, a prática de compra de seguidores, presente, segundo ela, em perfis de influenciadores digitais ou mesmo de veículos de comunicação, também ocorre entre candidatos, para que seus conteúdos tenham maior alcance. "Ou seja, a base, o cimento, o contexto já é desde o início mentiroso".

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