Empresários debatem propostas para o Ceará na gestão Bolsonaro

Aliados do presidente eleito defendem criação de Secretaria do Nordeste e enxugamento da máquina federal

Escrito por Letícia Lima ,
Legenda: Heitor Freire, que preside o partido de Bolsonaro no Ceará, apresenta propostas a grupo de empresários
Foto: Fabiane de Paula

Os planos do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o Ceará e a Região Nordeste entraram na pauta de discussão de mais de 80 empresários cearenses que se reuniram, ontem, em Fortaleza, com o presidente estadual do PSL, deputado federal eleito Heitor Freire. Homem forte de Bolsonaro, o dirigente defendeu a criação de uma Secretaria do Nordeste, além do enxugamento de órgãos e cargos federais no Estado. Ele disse que indicou três nomes "técnicos" para a presidência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Para uma plateia de empresários cearenses de diversos setores, Heitor elencou três "focos" para o Ceará: economia, seca e segurança. No campo econômico, o administrador de empresas, que se reúne quase toda semana com seu padrinho político Jair Bolsonaro, defendeu a criação de uma Secretaria do Nordeste, voltada apenas para assuntos da região. O órgão seria vinculado ao gabinete da Presidência da República.

"Nós, aqui do Ceará, conversamos, sob a liderança do deputado federal Julian Lemos, sobre a Secretaria do Nordeste, para trazer incentivos, fomentar mais exportação e importação, polos industriais. Seria uma secretaria para apresentar projetos, mas nesse momento essa é só uma conversa entre os parlamentares aliados de Jair Bolsonaro".

Lista de cargos

Heitor destacou, ainda, o papel do BNB de ser mais "acessível". Ele anunciou que o comando da instituição deverá passar por mudanças, tanto que indicou três nomes "técnicos" para o cargo. O dirigente do PSL cearense, no entanto, não citou quais seriam.

"Ainda não entrou na pauta da equipe de transição, (mas) já indiquei alguns nomes técnicos para o banco de forma transparente e com currículo, para dar apoio a quem vai gerar emprego e renda. O que eu garanto é que são pessoas capacitadas. Nomes não só do Ceará, (mas) tem cearense".

Por outro lado, a equipe de Heitor no Estado já "avalia" a situação dos mais de 800 cargos federais destinados ao Ceará, para detectar quais poderão ser cortados ou sofrer mudanças. Mas a quantidade de cargos só será definida quando a equipe de transição de Jair Bolsonaro decidir o futuro dos órgãos federais.

Isso porque, segundo Heitor, o novo governo avalia a extinção ou privatização de órgãos no País, inclusive no Estado, que conta com 43 postos vinculados à União.

"Eu acho desnecessário tantos órgãos, alguns você pesquisa no Google o endereço e você não sabe nem o que é que eles fazem, então não justifica. A máquina pública vai ser reduzida, o que for estratégico para o Brasil não será privatizado ou extinto. Tudo está em avaliação".

O diretor da Federação das Indústrias do Estado (FIEC), Ricardo Pereira, do setor de eletrometalmecânica, se mostrou otimista com o "sangue novo" no cenário político, mas espera incentivo para a atração de investimentos.

"Para junto do polo metalmecânico no Pecém, a gente ter empresas que possam produzir automóveis, eletrodomésticos, ou seja, produtos de alto valor agregado".

Empresário do ramo de confecções na Capital, Philomeno Gomes acredita que vai "mudar muita coisa", mas aponta demandas "urgentes". "A construção civil precisa ser urgentemente acionada, abrange indústria, comércio e emprega muita gente".

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