Deputados do PSL querem manter o confronto com a oposição

Nos bastidores, deputados do PSL se articulam para fazer ofensivas à bancada de deputados do PT e de outros partidos de esquerda

Escrito por Redação ,

Deputados do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, articulam estratégias para fazer frente a deputados do PT e do PSOL na Câmara Federal.

O principal alvo é o PT, partido que tem a maior bancada eleita da Casa, com 56 deputados. O PSL vem logo atrás com 52 deputados, mas prevê crescimento com a migração de parlamentares de outras legendas.

Segundo a deputada federal eleita, Joice Hasselmann (PSL), os colegas estão "dividindo" a bancada de oposição para fazer o contraponto, entre os quais está a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

"Temos uma pré-divisão, sim, uma cota pessoal. A gente meio que está dividindo os nomes da oposição com os nossos nomes de cá, de enfrentamento", explica Hasselmann.

Deputada federal eleita pelo PRP, mas de malas prontas para o PSL, Bia Kicis (DF) defende posicionamento mais crítico da bancada conservadora.

"Eu e a Erika Kokay somos do DF e já temos posições antagônicas. Agora, a Erika não terá mais o microfone só para ela. Quando for defender pautas de direitos humanos, sob a sua ótica do direito dos manos, estarei lá para fazer o contraponto", avisa.

Plano informal

Já a deputada federal eleita Carla Zambelli (SP) diz que a conversa da marcação mano a mano é informal e não há uma estratégia realmente traçada.

"O que a gente já conversou mais é, por exemplo, se as mulheres (da oposição) começarem a atacar os homens do nosso partido, nós, sairemos em defesa, de acordo com o tema. Não é uma defesa cega. É até uma forma de não ter problemas com comissão de ética por quebra de decoro. A gente quer minimizar os problemas", afirma a deputada eleita por São Paulo.

A maneira como farão este enfrentamento ainda não foi definida pelos parlamentares do PSL. Alguns deles sabem que a tática, porém, pode acabar atrapalhando o Governo.

Até o ano passado, governistas preferiam se abster diante dos disparos da oposição para não alongar as sessões.

Se cada parlamentar do PT ou do PSOL for, realmente, ser rebatido por um defensor de Jair Bolsonaro ao colocar em prática o chamado "kit obstrução", as votações poderão se estender pela madrugada no Congresso para dar espaço a tanta discussão.

Projetos na gaveta

O deputado federal eleito Filipe Barros (PSL-PR) afirma que a bancada quer retomar a discussão do projeto que ficou conhecido como "Escola sem Partido". Engavetada no ano passado, a proposta limita o que o professor pode falar em sala de aula e veta o que os seguidores de Bolsonaro convencionaram chamar de ideologia de gênero.

Outro tema que eles pretendem apresentar logo no início dos trabalhos é um novo pacote de medidas anticorrupção reunidas no projeto "Unidos Contra a Corrupção", de iniciativa da sociedade civil.

O PSL que elegeu apenas um deputado em 2014, atualmente, conta com oito deputados. Impulsionada por Jair Bolsonaro, a legenda cresceu mais de seis vezes nas eleições do ano passado.

O PT, partido de oposição ao governo de Jair Bolsonaro, detém a maior bancada eleita em 2018 na Câmara Federal. Deputados federais do PSL, partido do presidente, se unem para neutralizar a oposição

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