Deputados discutem os números e as coligações

O tema central, em todas as rodas na Assembleia, nos últimos dias, é como os deputados vão enfrentar as urnas

Escrito por Redação ,
Legenda: Fora da tribuna da Assembleia, o tema principal de discussão entre os deputados, no plenário ou fora dele, são os números da próxima eleição
Foto: Foto: José Leomar

Paralelo às discussões sobre temas do cotidiano cearense, deputados estaduais, ao longo da primeira semana de sessões ordinárias neste ano, se dedicaram, nas rodinhas em plenário, ao debate de números e simulações para o pleito eleitoral de outubro próximos. A jornalistas, parlamentares da base governista na Casa disseram que ainda é cedo para fechar questão sobre coligações, o que só deve ocorrer em um segundo momento, após as definições de filiações.

No Plenário 13 de Maio, nas diversas salas da Casa Legislativa, em gabinetes ou até mesmo nos corredores da Assembleia, tem sido comum a presença de parlamentares confabulando sobre a melhor forma de ir para a disputa eleitoral que se avizinha. Deputados federais e presidentes partidários também visitam a sede do Legislativo estadual em busca de apoio para suas demandas.

Há quem defenda a construção de uma coligação proporcional com capacidade de aglutinar todas as agremiações governistas. No entanto, existem representantes de legendas que preferem a divisão em blocos menores. Outros, como PT e PCdoB, insistem em disputas isoladas para deputado estadual e coligação para federal.

Bases

Presidente do Poder Legislativo, o deputado Zezinho Albuquerque (PDT) afirmou que a base "não tem pressa", visto que a bancada governista já tem um candidato natural ao Governo do Estado, que é o governador Camilo Santana, e, em sua maioria, deve apoiar o nome de Ciro Gomes para a Presidência da República. "Se a oposição não tem candidato, para que essa pressa? Estamos vendo os deputados trabalhando cada vez mais, ouvindo suas bases, fazendo visitas. Temos alguns desafios, mas, pelos números, percebemos que estamos bem", avaliou.

O deputado José Sarto (PDT), com seis mandatos como parlamentar, afirmou que é preciso fazer simulações, ainda mais agora com as mudanças na legislação eleitoral em vigor. Segundo ele, existem algumas incógnitas, como a ida de parlamentares para a disputa federal, o que faria com que votos fossem destinados para outros nomes que tentarão reeleição. De acordo com Sarto, definições só devem ocorrer em junho ou julho, quando as candidaturas já estiverem consolidadas.

"Nesse contexto as lideranças vão sentar e avaliar. O projeto maior da base governista, em especial do PDT, é a candidatura do Ciro para presidente, e do Camilo para governador, além de Cid Gomes para senador. O projeto secundário, atrelado a isso, é fazer uma bancada federal e estadual. Os partidos têm tido dificuldades porque o que é bom para se fazer uma bancada federal não é bom para estadual", apontou.

De acordo com o pedetista, partidos têm apresentado pré-candidaturas com possibilidade de eleger nomes para deputado federal, mas estão com dificuldades para estadual, e vice-versa. "O PT tem pretensão de ir para a estadual sozinho, e isso é um indicador que também aconteça na federal, Mas aí iria prejudicar os candidatos Rachel Marques, Luizianne Lins, Zé Airton e José Guimarães. O norte é manter o projeto de Governo liderado pelo Camilo", defendeu.

Com a regra da cláusula de desempenho já na eleição deste ano, muitos partidos estão estimulando candidaturas a deputado federal em todos os estados. "Eles têm consciência de que precisam eleger deputados federais, para terem condições de crescer e ter representatividade no Congresso", disse Walter Cavalcante (PP).

De acordo como ele, todos esses temas têm sido motivo de debates internos entre parlamentares na Casa, devido a expectativa diante de um pleito que se apresenta como totalmente imprevisível. "Muita gente pensa em juntar todo mundo e outros querendo ir sozinhos. A cúpula está tendo cautela para que não se antecipe nada, porque cria um clima ruim para fazer alianças futuras", destacou.

Sérgio Aguiar (PDT) afirma que a única certeza é a candidatura natural de Camilo Santana à reeleição. Com relação a discussão sobre os nomes ao Senado, isso ainda está sendo amadurecido. Segundo ele, somente ao término do primeiro trimestre é que se poderá fazer alguma avaliação de como as composições ficarão. "As conversas estão iniciadas e devemos ter o primeiro semestre para concluir as definições, assim como as composições proporcionais. Eu sou defensor de que a aliança para deputado federal se repita para estadual também".

O deputado Julinho (PDT), em comum acordo com os demais parlamentares, afirmou que a pressa para fechar questão em alguns pontos da aliança não é saudável, e destacou que conversas vêm sendo travadas por todos os deputados, cada um avaliando os possíveis cenários.

João Jaime (DEM) destaca que a base aliada tem demonstrado preocupação com a questão dos blocos: "blocão", blocos menores ou "blocão" e partidos indo para a disputa isolados. "Isso depende de muita conversa, porque cada deputado defende sua ideia, e isso é justo", disse.

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