Defesa de 'blocão' perde força entre governistas

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente da AL, José Albuquerque, é um dos que defendem a divisão da base em duas chapas
Foto: FOTO: JOSÉ LEOMAR

A ideia de fazer um "blocão" com os partidos da base de apoio do governador Camilo Santana (PT) - são mais de 18 - para disputar vagas na Assembleia Legislativa e, eventualmente, na Câmara Federal, em 2018, não está tão certa. Aliados do governo estadual, entrevistados pelo Diário do Nordeste, já colocam sobre a mesa a possibilidade de dividir as legendas em duas coligações. Lideranças partidárias, porém, afirmam que essa questão só será definida a partir de julho, quando ocorrerão as convenções e serão oficializadas as candidaturas. Por outro lado, siglas menores se articulam para marchar com outras legendas do mesmo "tamanho".

Terminado o prazo, no dia 7 de abril, para deputados federais e estaduais trocarem de legenda, os dirigentes se voltam, agora, para a formação das futuras chapas majoritárias e proporcionais que concorrerão no pleito de outubro próximo. Um dos desafios que se impõem aos aliados do Governo Camilo Santana, neste momento, é a construção de um consenso entre os mais de 18 partidos que sustentam seu eventual projeto de reeleição, em torno da eleição de candidatos para o Legislativo.

Diante do grande número de partidos na base aliada, alguns dirigentes temem sair prejudicados se forem para um"blocão" da base governista. Nele, estariam juntos os principais partidos do governador: PDT, PT, Progressistas (antigo PP) e também o MDB. Este último já é incluído, em razão de possível aliança entre o governador Camilo Santana e o senador Eunício Oliveira, até então adversários políticos. Como são partidos maiores, a média de votos a ser alcançada pelos seus candidatos para serem eleitos tende a ser alta, o que faz algumas lideranças partidárias analisarem as reais chances que terão no "chapão" para, pelo menos, manter as bancadas.

Alternativas

O PT, no primeiro momento, defendeu que lançaria chapa pura de candidatos a deputado estadual e federal, sem coligação. Algumas alas acreditam que, no "blocão", a sigla corre o risco de perder vagas. A bancada do PT no Estado é formada, atualmente, por quatro deputados estaduais e dois deputados federais. No entanto, segundo o presidente estadual do partido, De Assis Diniz, a definição "se consolida cada dia mais" para "atender ao pedido do governador" e concorrer no "chapão". Por outro lado, ele admite que outra alternativa vem sendo estudada.

"A segunda opção é nós termos dois blocos: um coordenado pelo PDT e outro coordenado pelo PT. Caso não dê essas duas alternativas, a nossa postura será de sairmos sós", defendeu. De Assis afirma, porém, que só "vamos ter as coligações formatadas no último momento", a partir das convenções partidárias, previstas no calendário eleitoral deste ano entre os dias 20 de julho e 5 de agosto.

Presidente da Assembleia, o deputado Zezinho Albuquerque (PDT) também vê problemas em um "blocão" que, na visão dele, acirrará muito a disputa entre os candidatos novos e os que buscarão a reeleição. "Nós não podemos fechar o partido e dizer: não vai ter a candidatura de nenhum deputado novo, nenhuma pessoa que esteja no nosso partido não pode disputar. Eu acho que se fizerem dois (blocos), dá para entrar candidatos novos e participarem, democraticamente, das eleições de 2018".

Unidade

Já o deputado Danniel Oliveira (MDB) crê que o "ideal é estarmos juntos", mas diz que o partido está "preparado para qualquer definição". "Os partidos discutem muito nessa época. Eu, particularmente, acho que, neste momento, é sempre melhor pensar na formação de um bloco como um todo. Eu sou a favor de fazer uma discussão ampla onde a gente possa ter o maior número de candidatos e possa atender os partidos, politicamente. Se fizer um bloco, dois blocos, o PMDB está preparado pra qualquer definição". O presidente estadual do Progressistas, Antônio José Albuquerque, disse apenas que vai ouvir os deputados antes de tomar qualquer decisão.

Enquanto isso, entre os partidos pequenos, a ideia é que marchem juntos com outros do mesmo "tamanho" na disputa proporcional, para que todos sejam beneficiados. "O PPS tem um compromisso com a reeleição do governador Camilo Santana, nós conhecemos a envergadura do nosso partido, vamos integrar a coligação com os pequenos partidos. Temos o Patriota, PRTB, PPL, são partidos do círculo de aliança nosso", elencou Tomaz Holanda (PPS).

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