Chapa do PSOL é uma 'voz de indignação', diz Boulos

Escrito por Redação ,
Legenda: Guilherme Boulos e Sônia Guajajara (ambos ao centro) participaram de debate, ontem, no IFCE. Eles ainda têm agenda em Fortaleza hoje
Foto: Foto: Kleber A. Gonçalves

"A saída 'tá' na cara: é Boulos e Guajajara!", bradava a plateia de apoiadores da chapa de pré-candidatos do PSOL aos cargos de presidente e vice, ontem à noite, no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em Fortaleza. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e a líder indígena Sônia Guajajara participaram de debate sobre a atual conjuntura nacional com movimentos sociais e partidos de esquerda, que demarcou a pré-candidatura presidencial do PSOL no Ceará. Antes, Boulos recebeu o título de cidadão de Fortaleza das mãos de Larissa Gaspar (PPL), vereadora que propôs a matéria aprovada na Câmara no dia anterior.

Em entrevista ao Diário do Nordeste, o pré-candidato destacou que a chapa do PSOL, "vinda dos movimentos sociais", pretende representar, na eleição deste ano, "uma voz de indignação que vem da sociedade para ocupar a política". "O nosso objetivo é, diante desse verdadeiro abismo entre Brasília e o Brasil de verdade, levar a voz da indignação que o sistema político finge não ouvir. Ocupar a política com essa voz, com novas propostas", sustentou o líder do MTST.

Ao apontar que o cenário político é de "ameaças reais à democracia", Guilherme Boulos também defendeu uma frente democrática das esquerdas "para barrar o avanço de práticas intolerantes e fascistas no Brasil", mas ressaltou que, ao menos por enquanto, a proposta da aproximação do PSOL com outros partidos, como PT, PCdoB e PDT, não representa uma frente eleitoral.

"Isso não está colocado hoje. É legítimo que os partidos tenham as suas diferenças expressas em candidaturas, são diferenças de projeto para o País. Eleição é uma oportunidade para defender projeto, inclusive a eleição é em dois turnos, para que, num primeiro turno, todos possam expressar os seus projetos e, num segundo turno, isso se afunile e, mesmo com as diferenças, leve apoios à candidatura que passar", afirmou. "A nossa candidatura não é para marcar posição, é para valer, para disputar projeto de Brasil", acrescentou.

Mobilizar

Para Boulos, o desafio colocado para as esquerdas é "chamar mobilizações". "Se a gente ficar calado, encastelado, no canto, eles vão crescendo, vão se fortalecendo. Daqui a pouco tem tanque na rua e ninguém sabe de onde veio, então o momento de se mobilizar é esse. Faremos mobilização e temos a segurança de que serão mobilizações expressivas no País no próximo período".

Também participaram do debate no IFCE o deputado estadual em exercício pelo PSOL, Nestor Bezerra, o titular do cargo, Renato Roseno, que está licenciado, e o presidente estadual do partido e pré-candidato ao Governo do Estado, Ailton Lopes, além de outros membros do PSOL, do PCB e do MTST. O evento foi acompanhado por militantes de movimentos sociais, professores, estudantes e outros apoiadores da chapa.

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