Candidato do PSTU justifica posição do partido

Escrito por Redação ,
O presidenciável José de Maria Almeida (PSTU), em campanha na capital cearense, última sexta-feira, destacou o fato de o partido ter optado por desenvolver a campanha organizando o plebiscito sobre a participação do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Ainda na sexta-feira, após promover panfletagem com funcionários da Grendene, o presidenciável manteve contatos com membros do PSTU cearense, na sede do Sindicato da Construção Civil. Ao final do dia, acompanhado do governamentável Raimundo Pereira de Castro, o Raimundão (PSTU), fez palestra para estudantes do Centro Federal de Ensino Tecnológico (Cefet) e, em seguida, se dirigiu à Universidade Estadual do Ceará (Uece), para nova palestra.

Indagado sobre as críticas dirigidas ao plebiscito sobre a Alca (pelo fato de a consulta não ter sido regulamentada pelo Congresso Nacional), José Maria Almeida disse que, nos próximos dias 17 e 18, o PSTU defenderá, em Brasília, que o Governo Federal e o Congresso Nacional regulamentem consulta oficial sobre o assunto. “Não tem nenhuma legitimidade é o que o governo está fazendo hoje, após negociar a Alca com os Estados Unidos desde 1994”, atacou.

Para o presidenciável, uma consulta oficial sobre a integração do Brasil à Alca deveria ter sido regulamentada pelo Governo Federal ou pelo Congresso Nacional desde 1994. Ele admite a possibilidade de o PSTU defender a elaboração de projeto de lei de iniciativa popular que regulamentaria o plebiscito. Conforme o candidato, os temas centrais da campanha continuarão sendo a questão da Alca, a defesa de ruptura com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o “não-pagamento” (calote) das dívidas externa e interna do Brasil.

BASE - O candidato cita ainda como tema dominante na campanha a discussão sobre a possibilidade de os Estados Unidos adquirirem controle militar da Base de Alcântara, no Maranhão. “O voto no PSTU é o voto na melhor proposta”, diz, criticando o fato de os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) terem apoiado o acordo com o FMI feito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“A proposta orçamentária de Fernando Henrique para o próximo ano reduz recursos para várias áreas, aumentando o desemprego e a fome. Não há como qualquer presidente eleito investir em políticas sociais sem mudar este modelo econômico”, ataca o presidenciável. Ele diz que o PSTU ainda não debateu a possibilidade de dar “apoio crítico” a Lula em eventual segundo turno. “O que sei é que não pediremos votos para os outros (Serra, Ciro e Garotinho)”, garante.

OPOSIÇÃO - Ressaltando que a meta do PSTU é a de obter bom desempenho eleitoral no primeiro turno, José Maria de Almeida garante que o partido fará oposição ao presidente eleito - mesmo que ele seja Lula. “Não vai haver trégua. Vamos para a oposição. Lula jogou seu passado no lixo ao se aliar com banqueiros e com pessoas como José Alencar (senador pelo PL-MG e candidato a vice-presidente), Orestes Quércia (PMDB - ex-governador de São Paulo) e José Sarney (senador pelo PMDB-AP)”, ataca.

José Maria de Almeida diz que promoveu eventos de campanha nos 21 Estados nos quais o PSTU tem candidatos a governador e senador - além de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nos quais o partido não tem candidatos majoritários. O presidenciável diz que não promoveu eventos de campanha em Estados nos quais o PSTU não tem candidatos ao Governo do Estado e ao Senado (Acre, Rondônia, Roraima e Tocantins).

Mesmo se mostrando otimista quanto à perspectiva de aumento da votação do partido, o presidenciável não tem expectativa definida quanto à eleição de deputados federais - o que permitiria que a sigla, por exemplo, tivesse acesso a debates promovidos por emissoras televisivas e radiofônicas, além de permitir que o partido tivesse maior peso político. “Preferimos correr o risco de não eleger deputados do que abrir mão de nossas propostas. Se nos coligássemos ao PT, por exemplo, com certeza elegeríamos deputados federais”, afirma, definindo como “homogêneo” o desempenho do PSTU nos Estados.

CEFET - No final da sua programação em Fortaleza, José Maria de Almeida se mostrou otimista quanto aos resultados do plebiscito da Alca, agradecendo aos estudantes pelo empenho em defesa da consulta. “Temos de fortalecer a campanha contra a Alca”, defendeu, enquanto militantes distribuíam materiais de campanha entre estudantes que acompanhavam a palestra.

Ele reforçou a necessidade de o partido intensificar a discussão sobre os efeitos da Alca para o Brasil.
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