Cálculos de votos norteiam movimentações na AL

Escrito por Redação ,
Legenda: Governistas apontam que precisarão de, pelo menos, 40 mil votos para continuarem na Casa
Foto: Foto: José Leomar

O esvaziamento das sessões na Assembleia Legislativa, nos últimos meses, não tem sido à toa. A pouco menos de cinco meses da próxima eleição, em outubro, deputados estaduais dos principais partidos da base de sustentação do Governo Camilo Santana (PT) - PDT e PP - calculam que precisarão obter, pelo menos, 40 mil votos, em eventual coligação, para se reelegerem. Por isso, intensificam as incursões a municípios do Interior.

Essa projeção, segundo parlamentares entrevistados pelo Diário do Nordeste, se deve muito à chegada de pretensos novos candidatos que, "apadrinhados" por lideranças políticas, prometem atrair grande número de votos. Mas, se entre os partidos grandes a "linha de corte" é alta, a saída para alguns tem sido siglas pequenas, que estão em busca de manter seus assentos.

Todo ano de eleição é assim. Meses antes da homologação das candidaturas, os pretensos candidatos, principalmente aqueles que querem ser reeleitos, fazem cálculos de quantos votos precisarão conquistar para ter um bom desempenho nas urnas. Essa "matemática" da eleição depende de vários fatores e, mesmo que estipulem uma média, os próprios deputados admitem que, até a hora do pleito, poderão ser surpreendidos.

Elmano de Freitas (PT), entretanto, explica que as lideranças nos municípios são importantes termômetros para os candidatos. "Claro que isso é absolutamente dinâmico, mas você tem uma parte do eleitorado que é influenciado pelo conjunto de lideranças que atuam na política do Estado", justificou.

Alguns candidatos também levam em consideração o partido em que estão e as coligações que ele poderá fazer. Isso porque o sistema eleitoral brasileiro determina que as eleições para o Legislativo devem ser realizadas de modo proporcional, ou seja, a Justiça Eleitoral contabiliza os votos obtidos pelo candidato e o total de sufrágios da coligação ou do partido que ele representa. Estes também são importantes para definir a distribuição de vagas no Legislativo.

Elmano de Freitas diz que a sigla petista está numa "linha de não fazer coligação", justamente, em razão da alta média de votos. Segundo ele, o PT só sairá na coligação se todos os partidos marcharem juntos. "Ou vamos olhar o nosso interesse", disse.

Diante da média de 40 mil votos para garantir reeleição, prevista no PDT, Julinho, que foi o menos votado nas eleições passadas, com 23.624 sufrágios, aproveitou a janela partidária, entre março e abril, e foi para o PPS. Ele vai repetir a estratégia adotada em 2014, quando era do PTN e foi eleito em coligação com o PPS e o PSDC, e "viabilizar coligações que se elejam com poucos votos".

O deputado Osmar Baquit (PDT) explica que a suposição de um "teto" mínimo de 40 mil votos a ser alcançado em chapa governista decorre, também, do poder de votos de prováveis candidatos novatos. Além disso, segundo ele, é levada em consideração a média da eleição passada, que foi em torno do mesmo quantitativo. O deputado mais votado foi Capitão Wagner (PROS), com 194.239 votos.

Projeção

Baquit acredita, porém, que o número de votos para garantir eleição pode até diminuir, em razão da rejeição popular à classe política. "Normalmente, há um aumento de 10% de uma eleição para outra, então acho que, ao invés de 43, 44, vai ficar em 40 (mil votos)", projeta.

Já Ely Aguiar (PSDC) defende que as siglas menores marchem unidas, "se quiserem se salvar", e lembra que este será o último ano em que as coligações proporcionais serão permitidas. Segundo ele, o PSDC estuda coligação com o Patriota (antigo PEN) e foi sondado pelo PSDB. No entanto, Ely Aguiar faz ressalvas a uma coligação com a sigla tucana, pelo potencial eleitoral de alguns pré-candidatos do partido. "Se você for coligar com gente de 80 mil votos, os partidos vão acabar servindo apenas de bucha".

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