Base esboça bloco para a disputa proporcional

Governistas devem retomar discussões em fevereiro. Até lá, a oposição já quer ter definido o candidato

Escrito por Redação ,
Legenda: Secretário Nelson Martins afirma que diálogos devem ser retomados após o retorno de Camilo
Foto: Foto: Fabiane de Paula

Enquanto alguns partidos, no Ceará, têm intensificado atividades neste período de recesso parlamentar, outras legendas pouco se movimentam no sentido de preparar suas bases para a disputa eleitoral. A base governista já realizou algumas simulações para a formatação de um bloco expressivo para a disputa proporcional, com possibilidade de eleição de mais de 30 candidatos à Assembleia Legislativa no pleito de outubro próximo.

De acordo com o secretário chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Nelson Martins, o objetivo dos aliados é constituir um "blocão" para deputado estadual e outro para deputado federal com todos os grêmios que apoiam Camilo Santana. Ainda que PT e PCdoB tenham sinalizado a possibilidade de irem para a disputa com chapa pura para deputado estadual, Martins afirmou que diálogos serão realizados após o Carnaval, no intuito de construir uma coligação que abranja todos da base.

A base governista realizou encontros e tomou algumas decisões durante o segundo semestre do ano passado. Atualmente, com o governador de férias até o próximo dia 19, assim como outras lideranças aliadas, o grupo aguarda que retornem para dar prosseguimento às tratativas.

O julgamento do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) será o acontecimento político com maior relevância neste mês. De acordo com alguns dirigentes, o resultado do processo também deve dar o norte a ações internas nos próximos meses.

Já lideranças da oposição se reuniram na noite da última segunda-feira (8), quando definiram que será realizada uma pesquisa para saber como o eleitor se comportará diante dos nomes colocados para a disputa. Segundo o presidente do PSDB, Francini Guedes, na reunião se sobressaiu o nome do deputado Capitão Wagner (PR) para a disputa pela oposição, assim como o do senador Tasso Jereissati.

Indefinições

No entanto, a ideia inicial é que o republicano seja o postulante ao cargo de governador. O encontro reuniu o ex-deputado federal Roberto Pessoa (PR), o presidente do Solidariedade (SD), Genecias Noronha, o ex-senador Luiz Pontes, o senador Tasso Jereissati, Capitão Wagner e o ex-presidente do extinto Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Domingos Filho.

Ao Diário do Nordeste, Francini disse que, por enquanto, não foi discutida a candidatura para o Senado. Quanto à disputa pelo Governo do Estado, ficou acertado que, após a realização de uma pesquisa, até o dia 30 de janeiro o grupo terá uma definição sobre como a oposição deve ir para a eleição deste ano. "A oposição está fazendo movimentos, conversando com o pessoal do Interior individualmente, pedindo opinião, fazendo pesquisas".

Capitão Wagner, por sua vez, informou que as conversas são iniciais. Ele, que dialogava com o PROS, pode disputar o Governo do Estado pelo PR. No entanto, há alguns fatores que impedem que o parlamentar tenha a densidade eleitoral desejada pela oposição, visto, por exemplo, que muitos prefeitos fecharam questão com a candidatura do senador Eunício Oliveira (MDB), que tende a se alinhar cada vez mais com a base.

Presidente do MDB, Eunício disse ao Diário que, por enquanto, o que há são especulações em torno de nomes, mas ressaltou que a sigla emedebista, apesar de problemas internos, tem construído unidade para o pleito. O dirigente frisou que o partido não sairá menor da disputa, indo sozinho ou coligado.

Outros partidos ainda não têm participado das discussões eleitorais porque seus dirigentes estão fora do Estado. Presidente do PSD no Ceará, o deputado federal Domingos Neto, por exemplo, está viajando ao exterior e só deve retornar ao Estado no próximo dia 17.

Antônio José, que preside o PP, afirmou que as atividades do partido também estão paralisadas por conta do recesso. Ele destacou que seminários realizados pela sigla serão retomados somente após o Carnaval, e apontou o nome de Oman Carneiro como uma das novidades no partido para disputar vaga na Assembleia. "Estive no partido apenas para tratar de questões mais gerais, renovando os diretórios e comissões provisórias", citou.

Chapa própria

No PDT, o deputado André Figueiredo, que preside a sigla no Estado, também informou que ainda não há previsão de quando as discussões regionais do partido serão retomadas em 2018. A sigla é a principal aliada do governador Camilo Santana.

Já o presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, disse que não há férias no que diz respeito à discussão política. Conforme informou, porém, a tática eleitoral só será definida após o julgamento do ex-presidente Lula, marcado para acontecer no dia 24 próximo, no TRF-4, em Porto Alegre.

"Estamos apresentando uma chapa própria para a disputa (para deputado estadual) com diversos nomes, e estamos trabalhando para viabilizá-la. Vai depender da capacidade de passar por esse momento complexo pelo qual estamos vivendo", disse.

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