As táticas do PT para chegar lá

Presidenciável do PT pressiona rival a ir aos encontros, além de culpar apoiadores do PSL pelas agressões contra militantes. Petista também ensaia autocrítica do partido

Escrito por Redação ,
Legenda: Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, mudou discurso sobre os escândalos de corrupção nas estatais durante as gestões do PT
Foto: Foto: AFP

Uma semana depois do primeiro turno, o PT tenta chegar à vitória criticando Jair Bolsonaro (PSL), pintado nos últimos dias como um "fujão" dos debates eleitorais, incentivador da violência nas ruas contra a militância de esquerda, uma figura malquista pela imprensa estrangeira, um representante do fascismo e uma ameaça para os direitos dos trabalhadores e dos grupos minorizados, como mulheres, negros e gays.

Além dessas táticas, Fernando Haddad esboça uma autocrítica do partido sobre os escândalos na Petrobras.

"Faltou controle interno das estatais. Os diretores ficaram soltos para promover corrupção e enriquecer", admitiu, ontem, Haddad.

Instado a apontar culpados, o candidato disse que cabe à Justiça dar a palavra final, depois da conclusão do processo. Haddad voltou a desafiar Bolsonaro para o debate, ainda que com regras estabelecidas pelo militar reformado. Chamado de fantoche de Lula por Bolsonaro, o petista comentou: "um cara que bate continência para a bandeira americana não tem moral para falar de outra pessoa".

Debates

Ontem, Bolsonaro disse que concorda em ir a debates "sem interferência externa", referindo-se à suposta influência de Lula na campanha de Haddad. Ele afirmou ainda que num governo Haddad quem escolheria os ministros seria Lula.

"Se for debate só eu e ele (Haddad), sem interferência externa (de Lula), eu topo comparecer. Estou pronto para debater; tem de ser sem participação de terceiros", disse, em meio a uma gravação de programas eleitoral, no Rio.

"(Se Haddad vencer), quem vai escalar time de ministros será o Lula. Não adianta (ele) ter boas propostas se vai ter indicação política", continuou. "O mais importante é ter independência para escalar um time de ministros componentes", disse o capitão.

Já Haddad comentou, ontem, a recusa do rival de ir aos debates. "Quem não tem propostas, não tem o que debater", afirmou Haddad

Agressões

Pressionado pela militância de esquerda sobre as dezenas de relatos de agressões atribuídas a seus apoiadores, Bolsonaro fez um apelo, ontem, para que os eleitores deixem as paixões de lado. O presidenciável disse lamentar as agressões no período eleitoral.

Bolsonaro afirmou que a eleição não pode ser entendida como um "Fla x Flu".

"Eu lamento essas agressões. Gostaria de que elas parassem. Existe em ambas as partes potencialismo contra mim. Afinal de contas, me acusam de intolerante, mas quem levou a facada fui eu. Se eu tivesse o poder de apenas falar para evitar tudo isso, eu exerceria esse poder. Eu apelo a todos do Brasil que deixem as paixões de lado. Não estamos disputando um Fla x Flu", disse o capitão reformado.

Bolsonaro fez ainda um apelo para que seus correligionários evitem discussões políticas nessa época.

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