Antonio Henrique diz que ameaça de rebelião não garantiu seu nome; veja entrevista

O presidente eleito da Câmara Municipal, que assumirá o posto no dia 1º de janeiro, afirma que diálogo foi fundamental para viabilizar a eleição. Ele promete independência do prefeito e do líder de seu grupo político, José Sarto

Escrito por Renato Sousa ,

Eleito o novo presidente da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) na última segunda-feira (3), o vereador Antonio Henrique (PDT) afirma que não há como ele saber porque foi o candidato que conseguiu se viabilizar para o comando da Casa. Entretanto, aponta como trunfo o diálogo que manteve com os colegas, iniciado muito antes da eleição.

"Acredito que pelo bom diálogo que sempre existiu entre nós, por acreditarem que podemos fazer algo pela cidade", explica o vereador. Ele foi o único capaz de debelar um risco de rebelião na base aliada, com a possibilidade de apoio a Dummar Ribeiro (PPS). Confira trechos da entrevista concedida neste sábado (8), no gabinete de Henrique.

Por que o senhor decidiu que queria chegar à Presidência da Câmara?

A gente sempre pensa em crescer, em fazer algo mais. Crescer não por vaidade, mas no sentido de servir mais e melhor à população. Então, essa foi a intenção ao nos colocarmos para presidir o Poder Legislativo.

E o que o espera fazer como presidente que não poderia sem o cargo?

É um desafio bem maior. Eu acredito que, como presidente, nós vamos poder fazer um diálogo da Cidade, porque até então eu era um vereador, e não nego, de uma região da Cidade (a Regional V). Claro que eu tinha, como vereador, a consciência de que posso atuar em qualquer área da Cidade, pois sou representante do povo. Mas, como presidente, terei essa facilidade.

O PDT colocou vários nomes à disposição para concorrer à Presidência da Casa. Por que acha que seu nome se sobressaiu?

Os vereadores que chegaram a essa conclusão. Acredito que pelo bom diálogo que sempre existiu entre nós e por acreditarem que nós podemos fazer algo de bom para a Cidade, continuando com o que já vem sendo feito e melhorando algo mais.

Às vésperas da eleição, houve uma ameaça de rebelião da base do prefeito, com a possibilidade de uma segunda chapa, encabeçada por Dummar Ribeiro. Integrantes desse movimento apontavam seu nome como o único capaz de um consenso. Acredita que isso pode ter ajudado o senhor?

Não acredito que tenha sido isso. Eu não acho que isso me fortaleceu. Entendo que, primeiramente, nós conseguimos dentro do PDT, que chegou ao consenso do meu nome, e isso se juntou com a vontade dos demais vereadores que o meu seria o nome mais adequado para isso.

Como vai ser o relacionamento com o prefeito?

Sou aliado do prefeito Roberto Cláudio (PDT), mas temos consciência de que somos poderes distintos, e essa Casa vai trabalhar sabendo respeitar essa separação. Mas o diálogo sempre vai existir, porque queremos que no final a população saia ganhando.

Como será o relacionamento da Casa com seu grupo político, liderado pelo deputado estadual José Sarto (PDT)?

Nós, políticos, sempre participamos de grupos. Não houve e nem haverá nenhuma intervenção de grupos políticos, mesmo aqueles que eu tenha apoiado. O nosso trabalho aqui (na presidência) será para os vereadores. Então, será o presidente Antônio Henrique, com sua Mesa Diretora, que conduzirá os trabalhos com os demais vereadores e para Cidade de Fortaleza.

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