Bolsonaro define equipe de transição e retorna hoje a Brasília

Há mais de dois meses, o presidente eleito não pisava na Capital Federal. Ele participa de sessão solene sobre os 30 anos da Constituição no Congresso

Escrito por Redação ,

Com parte da equipe de transição de governo já nomeada, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) embarca hoje, às 7h, em um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), da Base Aérea do Galeão, com destino a Brasília. O deputado não pisa na Capital Federal há mais de dois meses. Ele levou uma facada em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro, durante ato de campanha. Desde então, passou um período internado em São Paulo e, desde o fim de setembro, não saiu mais do Rio.

A comitiva deverá ter 14 pessoas, entre elas o economista Paulo Guedes, já anunciado como futuro ministro da Economia, e Gustavo Bebianno, um de seus principais articuladores durante a campanha. Bolsonaro irá participar hoje, às 10h, de uma sessão no Congresso Nacional em comemoração aos 30 anos da Constituição de 1988, que contará também com a presença dos chefes dos Três Poderes e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Amanhã, Bolsonaro deverá se reunir com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto.

Na reunião, o presidente entregará uma cartilha sobre os resultados de sua gestão e deve defender a votação de uma Reforma da Previdência ainda neste ano, apesar da resistência do Congresso Nacional.

No período da transição, Bolsonaro deve permanecer, enquanto estiver em Brasília, na Granja do Torto, residência oficial da Presidência da República, que passou por reforma para recebê-lo. Por uma questão de segurança, Temer também cedeu um avião da FAB para que Bolsonaro se desloque até assumir o Palácio do Planalto, em janeiro.

Política externa

Ontem, Bolsonaro discutiu, no Rio, com o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, a extradição do ex-guerrilheiro Cesare Battisti. Em diversos momentos, Bolsonaro já se manifestou favorável à medida. Bernardini conversou por cerca de uma hora com Bolsonaro. Segundo ele, há sintonia entre as visões do presidente eleito e do governo italiano sobre o caso. Além de discutir a extradição, a delegação italiana tratou da ampliação das relações comerciais e da cooperação entre as nações depois da posse do novo governo. Há tratativas para uma visita do presidente brasileiro à Itália.

Bolsonaro recebeu também, ontem, uma comitiva diplomática chinesa, liderada pelo embaixador do país no Brasil, Li Jinzhang. Maior parceiro comercial do Brasil, a China foi alvo de críticas de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

Já o embaixador da Palestina no Brasil disse, ontem, esperar que a promessa de Bolsonaro de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém seja só "um anúncio de campanha".

"Temos esperanças de que (Bolsonaro) mantenha a posição tradicional do Brasil respeitosa das resoluções da ONU referentes ao tema", declarou Ibrahim Alzeben, à frente da representação palestina no Brasil desde 2008.

Já a União Europeia quer "manter e aprofundar" a "parceria estratégica" com o Brasil". É o que diz uma carta enviada a Bolsonaro, assinada pelo presidente da UE, Donald Tusk, e pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

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