Polícia: enfermeira acusada de tentar matar bebês queria prejudicar colega

Escrito por Redação ,

Rio de Janeiro. Uma das linhas de investigação para descortinar a motivação da tentativa de homicídio contra bebês numa UTI Neonatal da zona oeste do Rio de Janeiro é se a enfermeira Simone Anjos dos Santos, 41, queria destruir a carreira de uma profissional ou a vida de alguém próximo. A hipótese surgiu, de acordo com a delegada que apura o caso, depois que, em depoimento, a enfermeira disse que a autoria do crime era de outra enfermeira. Na delegacia, ela disse ainda que a suposta colega de trabalho também teria sido demitida após a conclusão da sindicância interna do hospital.

"Mesmo olhando as imagens, ela negou e pôs a culpa em outra pessoa que ainda nem sabemos se existe, pois quem ela menciona não aparece nas imagens que flagram a ação. Vamos apurar se há outras pessoas envolvidas nesse crime e qual a motivação para essa conduta tão nefasta", disse a delegada Juliana Emerique. Segundo a delegada, uma possível relação entre a enfermeira e parentes das vítimas também será investigada.

Nos próximos dias, os pais dos bebês devem ser ouvidos. As crianças serão encaminhadas para exame de corpo de delito.

"Por mais que o hospital informe que não houve sequelas nas crianças, precisamos do nosso corpo técnico para uma investigação isenta", diz Juliana.

Durante as investigações, a delegada descobriu que Simone fazia trabalhos voluntários. Por causa disso, a polícia vai solicitar a prefeitura e o estado os protocolos de voluntariado nas unidades de saúde. Os investigadores também vão apurar as atividades desempenhadas por ela em hospitais que a enfermeira trabalhou nos últimos dois anos para saber se há outras vítimas.

As investigações começaram depois que o Hospital Real D'Or, em Padre Miguel, zona Oeste do Rio percebeu que quatro cateteres foram rompidos entre 14 e 31 de janeiro. Uma sindicância interna foi instaurada, e Simone foi apontada, por depoimentos e pelas imagens das câmeras de segurança, como a autora. Ela foi demitida por justa causa. O hospital também notificou a Polícia Civil, que abriu o inquérito.

O Conselho Regional de Enfermagem informou que irá enviar uma equipe ao Hospital Real D'Or para coletar provas. O Coren-RJ afirmou que abrirá "procedimento de admissibilidade, seguido de processo ético".