Justiça ordena prisão de mais três suspeitos da morte do jogador Daniel Freitas

Ex-jogador do São Paulo morreu ferido com arma branca e teve parte do pescoço cortado

Escrito por Estadão Conteúdo ,

A Justiça paranaense decretou, no final da tarde de quarta-feira,  a prisão preventiva de mais três pessoas suspeitas de ligação com a morte do jogador Daniel Freitas. Elas estavam no mesmo carro que o empresário Edison Brites usou para levar o corpo do ex-jogador do São Paulo e desová-lo em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. 

Eduardo Henrique Ribeiro da Silva,de 19 anos, foi o único detido em Foz do Iguaçu. David Willian Villero Silva, de 18, e Igor King, de 20, estão sendo procurados. Em conversa anterior com a polícia, eles já haviam confessado que estavam no carro.

O empresário Edison, que já estava preso, prestou novo depoimento ao delegado Amadeu Trevisan por seis horas. Até às 19 horas, sua defesa não havia se manifestado sobre o teor desse depoimento.

O empresário, a mulher Cristiana e a filha Allana Brittes, que completou 18 anos e promoveu a festa que acabou em tragédia, continuam detidos e devem ser levados nos próximos dias para o sistema prisional do estado.

Elas e o empresário serão indiciados por homicídio qualificado e coação de testemunhas. Segundo laudo preliminar do Instituto Médico-Legal (IML) o atleta morreu por causa de ferimentos com arma branca - além de ser mutilado, Daniel teve parte de seu pescoço cortado.

O delegado Amadeu Trevisan, disse, na terça-feira, um dia antes do depoimento de Edison, que a família estava com depoimentos discrepantes. Ele havia ouvido a mulher de Edison, Cristiana, e Allana.

A mulher chegou a dizer em seu depoimento que acordou com Daniel sobre ela "com pênis ereto para fora da cueca", mas o delegado acredita que o atleta deitou ao lado da mulher para fazer as fotos ao lado dela e que não haveria algum sinal de estupro ou tentativa.

"O Daniel simplesmente estava na cama, não houve a tentativa de estupro. Mesmo porque Daniel estava com 13,4 dg/L de álcool no sangue, muito embriagado, muito aquém de conseguir realizar um estupro. Pelo grau de embriaguez, dificilmente, ele iria conseguir estuprá-la", disse.

O delegado afirmou que tudo leva a crer que o jovem quis fazer as fotos para mandar aos amigos. "Daniel estava fazendo fotos, ele tem um grupo de amigos que postavam fotos para competir quem pegava mais mulher. Ele foi fazer a foto para mandar para os amigos", avaliou.

Investigação

Segundo o delegado Amadeu Trevisan,  Daniel chegou a Curitiba no dia 26 de outubro para a festa de aniversário da filha de Brittes, numa casa noturna de música sertaneja. Para a Polícia, eles eram amigos -o jogador teria participado no ano passado da festa que comemorou os 17 anos dela.

Quando já amanhecia, um grupo deixou a casa noturna e seguiu para a residência dos Brittes, em São José dos Pinhais. Em dado momento, Daniel foi para o quarto do casal e tirou algumas selfies ao lado de Cristiana, que segundo a polícia dormia profundamente. Naquele momento, a Polícia acredita que Brittes e amigos perceberam e passaram a agredir Daniel.

A defesa de Brittes alega que Cristiana teria sido estuprada pelo jogador, e que o marido dela agiu para defendê-la.  Possivelmente desacordado, Daniel foi colocado no porta-malas do carro da família e levado a uma estrada rural do município. O laudo da necropsia efetuada no corpo de Daniel indica morte por "esgorjamento", nome técnico dado a uma lesão profunda na região lateral ou frontal do pescoço, produzida geralmente por instrumento cortante ou contundente.