CGU projeta recuperar R$ 4,5 bilhões com dois novos acordos de leniência

No total, o órgão projeta recuperar cerca R$ 10 bilhões com os nove acordos atualmente em discussão

Escrito por Estadão Conteúdo ,

O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) deve assinar até o próximo mês dois acordos de leniência que podem trazer de volta aos cofres públicos, somados, até R$ 4,5 bilhões. A informação foi dada nesta quarta-feira (9), pelo ministro da Pasta, Wagner Rosário.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o ministro não revelou o nome das empresas próximas de finalizar a negociação, mas disse que o valor desses acordos representa entre 40% e 45% do que o órgão projeta recuperar com os nove acordos atualmente em discussão, de cerca de R$ 10 bilhões. Entre as empresas que negociam atualmente um acordo de leniência, estão grandes empreiteiras envolvidas na Lava-Jato, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.

"Não sei se assinamos em maio, mas os acordos ficam prontos este mês e devem chegar logo à minha mesa para análise", disse o ministro, que participou de seminário em São Paulo.

Cooperação

No mês passado, CGU, AGU (Advocacia-Geral da União) e MPF (Ministério Público Federal) assinaram o primeiro acordo global de leniência com as agências de publicidade MullenLowe Brasil e FCB Brasil. O acordo com as empresas, envolvidas na Lava-Jato, passou pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU) e representou um retorno de R$ 53,1 milhões aos cofres públicos.

Segundo Rosário, acordos desse tipo devem ser o padrão e evitarão casos como o da Andrade Gutierrez, que no final de abril teve o bloqueio de R$ 508 milhões em bens por decisão do TCU, mesmo já tendo firmado acordo com o MP. A justificativa dos ministros foi de que a empreiteira não estava colaborando com as investigações do Tribunal no caso da Usina Angra 3.