Carro usado na execução de Marielle e Anderson tinha uma 3ª pessoa

Conclusão é da Polícia Civil, que antes acreditava que o veículo tinha apenas duas pessoas

Escrito por Agência Globo ,

A Polícia Civil concluiu que três homens participaram diretamente do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, atingidos por vários tiros no dia 14 de março, no Estácio. Durante parte da investigação, a Divisão de Homicídios (DH) acreditou que o crime havia sido praticado por uma dupla. De acordo com o inquérito sobre o caso, ao qual o "RJ TV", da Rede Globo, teve acesso, foi identificada a presença de uma terceira pessoa no carro usado no crime: além do motorista e do autor dos disparos, que ocupava o banco traseiro, foi possível constatar, por meio de imagens de câmeras de segurança analisadas com um programa de computador, que havia alguém no assento do carona. Nenhum deles, porém, foi identificado até agora.

A investigação também descobriu que o Cobalt utilizado pelos bandidos foi não só clonado, como também modificado. As maçanetas, por exemplo, eram de uma cor pouco comum no modelo original. O formato da janela também era diferente. 

No inquérito, a principal linha de investigação envolve o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM Orlando Oliveira Araújo, o Orlando de Curicica, que está num presídio federal. Os dois negam qualquer envolvimento. Uma testemunha disse ter visto Orlando pedir o telefone de um matador de aluguel para que ele resolvesse um problema de Siciliano. O depoimento não esclarece qual seria esse problema.

A polícia também investiga, segundo o "RJ TV", um grupo de matadores de aluguel, formado por PMs, ex-policiais e milicianos. Entre eles estaria um major, que já prestou depoimento. De acordo com agentes da Divisão de Homicídios, ele esteve na região do crime seis dias antes da execução. Mas, à polícia, negou a informação. No dia seguinte ao duplo assassinato, viajou para o Nordeste.

Nesta quarta-feira, a Anistia Internacional divulgou um levantamento de todos os passos da investigação ao longo de oitos meses. A entidade diz que há pelo menos 16 perguntas sobre o crime que permanecem sem respostas, e, por isso, pediu uma investigação independente do caso.