Marcio Lacerda diz que PSB só terá aliança se for com o PDT

Postulante ao governo de Minas Gerais, Marcio Lacerda garantiu que seu partido não coligará com PT nacionalmente

Escrito por Redação ,
Legenda: Ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, disse que não deixará a disputa pelo governo de MG para ser vice na chapa do presidenciável Ciro Gomes
Foto: Foto: ABR

Belo Horizonte. O pré-candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições 2018, Marcio Lacerda (PSB), descartou ontem a possibilidade de seu partido se coligar com o PT em nível nacional.

"A hipótese de uma aliança nacional com o PT não é provável. Ou será o PDT ou o partido (PSB) não terá aliança", disse.

> Ciro: é preciso dar 'tempo' ao PSB 

Questionado sobre a possibilidade de ser pré-candidato a vice na chapa de Ciro Gomes (PDT), Marcio Lacerda afirmou que não deixará a disputa pelo governo de Minas Gerais. O ex-prefeito de Belo Horizonte afirmou que não existe um entendimento do diretório nacional pessebista para indicá-lo a vice-presidência e declarou que já está preparando o plano de governo.

Ofensiva petista

Por sua vez, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, fez, ontem, duas incursões em busca do apoio do PSB a uma candidatura presidencial petista e obteve reações antagônicas. Enquanto o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, garantiu apoio do partido à candidatura de Lula ou ao candidato que ele indicar ao Planalto, independentemente da retirada do nome de Marilia Arraes, pré-candidata petista e rival do PSB no estado, o governador de São Paulo, Márcio França, rejeitou o apoio do PT, mesmo com Gleisi acenando com a retirada da pré-candidatura de Luiz Marinho ao governo paulista. A ofensiva de Gleisi foi estratégica.

Os diretórios do PSB em Pernambuco e São Paulo, junto ao da Paraíba, com o qual o PT também já iniciou discussões, garantiriam maioria na Executiva Nacional do PSB por uma aliança nacional com o PT.

Gleisi buscou seduzir Márcio França, oferecendo apoio à sua reeleição ao governo de São Paulo com a retirada da pré-candidatura de Luiz Marinho. França, porém, rejeitou o apoio, temendo o desgaste do PT no estado.

Depois de se encontrar com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, acompanhada do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e do tesoureiro Márcio Machado, Gleisi foi a Recife se encontrar com Paulo Câmara. O governador pernambucano, que na véspera reunira-se com Ciro Gomes, que também busca o apoio do PSB, reiterou sua defesa pela aliança nacional com os petistas. Câmara foi além e fez um aceno ao PT no encontro com Gleisi no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco.

Segundo interlocutores, Câmara afirmou que os socialistas daquele estado vão apoiar a candidatura petista mesmo que o partido não retire o nome de Marilia Arraes da disputa em Pernambuco. A candidatura da neta do ex-governador Miguel Arraes poderia tirar votos do governador e dificultar sua reeleição.

Questionado sobre o significado do encontro que teve com Ciro Gomes na quarta-feira (11), Câmara minimizou o assunto: "Eu tive um encontro rápido com Ciro. Mas ele sabe do nosso posicionamento em Pernambuco, que é prioritariamente uma aliança com o PT. Isso é o que estamos defendendo. Vamos fazer todos os esforços para que essa aliança se concretize".

O interesse de Câmara na aliança com o PT se apoia sobretudo na força de Lula no estado e no Nordeste. Após o encontro, Gleisi deu sinais de que gostou do que ouviu.

Em entrevista à imprensa local, a presidente do PT não poupou elogios à Marília, mas destacou que a aliança nacional com o PSB é a prioridade do partido.