Líderes mundiais repercutem caso Lula
Situação jurídica do ex-presidente do Brasil motivou comentários entre autoridades de diversos países
São Paulo/Genebra. Líderes políticos e chefes de Estado da América Latina declararam apoio a Lula. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que "o mundo inteiro" abraça Lula e que a "injustiça dói na alma". Evo Morales, presidente da Bolívia, declarou que Lula foi condenado para "impedir que volte a ser presidente do Brasil".
Manuel Zelaya, ex-presidente de Honduras que foi deposto em 2009 e se refugiou na embaixada do Brasil, disse que Lula é "inocente". Zelaya afirma que "seu único pecado foi enfrentar os Estados Unidos".
Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, disse que "as elites nunca se interessaram" por justiça ou democracia, além de utilizar o "aparato judicial" em interesse próprio.
Já o partido Podemos, da Espanha, classificou a ordem de prisão como mais um passo da "vergonhosa perseguição judicial" ao petista. Segundo a sigla, o objetivo do encarceramento é evitar a participação de Lula nas eleições deste ano. "O processo contra Lula vem de longe e em todas as suas fases se baseou em irregularidades", disse o partido.
Medida cautelar
Por sua vez, o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos espera que o caso do ex-presidente siga o "devido processo legal" e confirmou oficialmente que está acompanhando a situação no Brasil. "O processo contra Lula está tramitando no sistema legal. Claro, estamos acompanhando os acontecimentos", disse Elizabeth Throssell, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, durante uma coletiva de imprensa, na sexta-feira.
A defesa de Lula chegou a protocolar, na sexta (6), no Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, uma medida cautelar com pedido de liminar para impedir a prisão do petista até o exaurimento de todos os recursos jurídicos.
Imprensa
Os principais veículos de imprensa do mundo destacam em suas páginas na internet a decisão do ex-presidente de descumprir o prazo para uma apresentação voluntária à Polícia Federal (PF).
O The New York Times, principal jornal dos EUA, ressalta que Lula "desafiou" o prazo das 17h para se entregar voluntariamente e acrescenta que a decisão do petista pode ser o prenúncio de uma "disputa dramática" com autoridades de segurança.
No Reino Unido, o periódico Financial Times afirma em sua página inicial que "o presidente que transformou o Brasil faz sua última resistência". O espanhol El País noticia que Lula "negocia com a Justiça sua entrega para ir ao cárcere".
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