Exército só quer deixar o Rio em 30 de junho de 2019

Escrito por Redação ,

Brasília. O comandante militar do leste e interventor na área de Segurança Pública do Rio, general Walter Braga Netto, entregou ao presidente Michel Temer (MDB) um exemplar do Plano de Preparação da Transição, no qual sugere que o prazo de desmobilização total do gabinete de intervenção se encerre em 30 de junho de 2019, incluindo o fim da transferência patrimonial dos bens. Para ele, qualquer antecipação traria "perdas" à iniciativa. O decreto de intervenção no Rio expira no dia 31 de dezembro, quando acaba o mandato de Temer e se encerram todas as atividades de operações comandadas pelo general Braga Netto.

O presidente, no entanto, tem anunciado em entrevistas nos últimos dia que, dependendo de quem for o seu sucessor, quer antecipar ou suspender o fim da intervenção federal na segurança pública do Rio, para permitir a votação da proposta de emenda constitucional que estabelece a reforma da Previdência.

"Se for antecipar, teremos perdas", afirmou o general, ao explicar que este é o momento da entrega de resultados e de concluir a formação das bases da segurança pública e vários projetos estão em andamento.

"Estamos arrumando a casa, fazendo trabalhos estruturantes e este trabalho é intangível", comentou, lembrando que o planejamento foi todo feito prevendo etapas com datas e prazos a serem cumpridos, incluindo aquisição e entrega de equipamentos.

Transição

Pelo plano atual, em 5 de novembro, uma semana depois do resultado do segundo turno das eleições, é que se deve ter o "início da transição da gestão na área de segurança". Em um encontro do general Braga com o sucessor do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), ele vai entregar o que o gabinete estará deixando de legado, com pelo menos 60 metas. Ainda assim, até o fim do ano, continuarão a ocorrer "ações emergenciais e estruturantes planejadas, visando à diminuição da criminalidade".

Roubo de cargas

Ontem, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio fizeram uma operação para cumprir 37 mandados de prisão preventiva contra uma quadrilha de traficantes especializada em roubo de cargas. Segundo a denúncia, os criminosos praticam roubos de cargas de veículos de transporte para consolidar o poder e financiar o tráfico de drogas. Para executar as ações, utilizam armamento de guerra (fuzis, pistolas e granadas) e se beneficiam do controle territorial de comunidades carentes para fazer o transporte das mercadorias e a revenda das cargas. Ainda segundo a denúncia, o grupo recebe apoio bélico e financeiro de facções criminosas do Rio e de São Paulo.