Estudo revela pessimismo com pleito deste ano

Brasileiros justificaram expectativas negativas culpando a corrupção e a falta de confiança nos políticos, diz CNI/Ibope

Escrito por Redação ,

Brasília. Um porcentual de 44% dos brasileiros está pessimista com as eleições presidenciais deste ano. O dado é da Pesquisa CNI/Ibope "Retratos da Sociedade Brasileira", divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O levantamento mostra ainda que a corrupção (30%), a falta de confiança nos governantes e candidatos (19%) e a falta de confiança nos pré-candidatos (16%) estão entre os principais motivos de incredulidade dos brasileiros. A pesquisa ouviu, entre os dias 7 e 10 de dezembro de 2017, cerca de 2.000 pessoas em 127 municípios brasileiros.

Outros 20% se disseram otimistas com as eleições deste ano, segundo o levantamento. Para esses, o motivo mais citado espontaneamente é a expectativa por mudança e renovação (32%), a esperança no voto e na participação popular (19%), o sentimento de que se espera melhorias de forma geral (11%) e melhorias econômicas (9%). A pesquisa ainda registrou que 23% dos entrevistados não expuseram pessimismo ou otimismo e 13% não quiseram opinar.

Por região, os eleitores do Sudeste (88%) são aqueles que mais avaliam como muito importante que o presidenciável defenda o controle dos gastos públicos, contra 84% do Nordeste; 82% do Sul e 77% nas regiões Norte/Centro-Oeste.

As incertezas dos entrevistados apareceram também nos questionamentos sobre partidos. Um total de 48% dos entrevistados disseram que não têm preferência por nenhuma legenda. Entre as siglas preferidas, o PT apareceu isolado na dianteira, com 19% das respostas, seguido do PMDB (7%) e PSDB (6%). Já o PSOL, DEM, PCdoB, PDT, PR, PPS, PSB e PSC apareceram com 1% cada.

Mudanças

Para 44% dos entrevistados, o foco do futuro presidente deve ser em mudanças sociais, com melhoria da saúde, educação, segurança e a redução da desigualdade social. A moralização administrativa com o combate à corrupção e a punição de corruptos foi o foco escolhido para 32%. Outras 21% disseram esperar que o novo presidente estabilize a economia e reduza o custo de vida e o desemprego.

A maioria dos brasileiros não considera importante que o futuro presidente seja militar ou tenha a mesma religião do eleitor.

Um total de 79% entrevistados até apontou que os concorrentes ao Planalto precisam acreditar em Deus. Porém, 71% disseram que os candidatos não necessariamente devem professar a mesma fé que o eleitor.

Para 87% dos entrevistados, os candidatos devem ser honestos e não mentir nas campanhas. Um porcentual de 52% das pessoas ouvidas afirmaram que o futuro presidente deve vir de classe social mais baixa.