Eleição se acirra na internet com guerra de hashtag

Apoiadores e críticos de Bolsonaro, além de eleitores de Marina, movimentaram Twitter com onda de postagens

Escrito por Redação ,

Brasília. A disputa pelo Palácio do Planalto voltou, ontem, a movimentar as redes sociais, um dia após o retorno da página de Facebook "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro", criada por eleitoras que rejeitam o presidenciável do PSL e alvo de um ataque hacker no sábado (15). Pelo menos três hashtags sobre candidatos à Presidência da República agitaram o Twitter, ontem, e duas delas chegaram aos "Trending Topics" (assuntos do momento do microblog).

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Internautas críticos a Bolsonaro começaram a usar a hashtag #MeuBolsominionSecreto para fazer críticas ao capitão reformado. A iniciativa é inspirada na hashtag #MeuAmigoSecreto, usada por mulheres em 2015 para denunciar situações de machismo e outros abusos que já tinha sofrido. Desde o começo da tarde a #MeuBolsominionSecreto figurava no topo dos Trendind Topics do Twitter.

Até o fechamento desta edição, havia mais de 117 mil tuítes sobre isso, ocupando a segunda colocação entre os assuntos da segunda-feira. Do outro lado, apoiadores de Bolsonaro lançaram as hashtags #DeusFamiliaBolsonaro e #DeusFamiliaBolsonaro17, com mensagens de apoio ao candidato do PSL e críticas à esquerda.

A segunda foi criada depois de internautas acusarem o Twitter de barrar a primeira. Também ganhou destaque a hashtag #VotoMarinaPq, uma ofensiva de apoiadores de Marina Silva (Rede) para levá-la ao topo de assuntos mais comentados no Twitter -onde tem aparecido desde a tarde de ontem. Os voluntários da campanha da ex-senadora intensificaram as mobilizações no fim de semana, depois que pesquisas mostraram queda significativa da presidenciável nas intenções de voto.

As mobilizações são orquestradas pelos apoiadores principalmente em grupos de WhatsApp. Eles geralmente combinam a tag do dia com uma que faça referência mais direta à candidata (como #Marina18, por exemplo). Os perfis oficiais de Marina e da Rede têm retuitado algumas das mensagens.

Para o cientista político Rodrigo Gallo, docente da Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU), de São Paulo, as redes sociais são ferramentas importantes para candidatos com pouco tempo no horário eleitoral gratuito de rádio e TV. "Não dá hoje para fazer campanha sem considerar o impacto do Twitter, Facebook, por aí vai, mas também há algumas limitações", ressalvou Gallo.

Ele explicou que, apesar da maior penetração da internet e dos celulares, o Brasil ainda possui uma farta geração de eleitores desconectados. "Só rede social não garante eleição. É necessário usar também as ferramentas tradicionais de campanha, como a TV e o rádio", observou.

Nova pesquisa

Ontem, saiu nova pesquisa CNT/MDA, na qual Bolsonaro ampliou a liderança, com 28,2%, seguido por Fernando Haddad (PT), com 17,6%, e Ciro Gomes (PDT), com 10,8%.

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, é o quarto colocado na pesquisa, com 6,1% das intenções de voto, e aparece tecnicamente empatado com Marina, que tem 4,1%. Brancos e nulos somam 13,4%. Outros 12,3% declararam-se indecisos.

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