Dilma, Manuela e Boulos se mobilizam

Escrito por Redação ,
Legenda: A petista falará sobre a situação de Lula em conferências na Espanha e nos EUA. A comunista organiza agenda política pela América do Sul, enquanto o pré-candidato do PSOL disse que não descansará até que o ex-presidente seja libertado
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Madri/Mogi das Cruzes. A presidente cassada Dilma Rousseff vai ministrar uma série de palestras em universidades e instituições acadêmicas da Europa e Estados Unidos a partir de hoje. Ela foi convidada a falar sobre o processo do impeachment de 2016. Segundo sua assessoria, a petista vai "denunciar a perseguição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".

Mais cedo, em nota, a presidente cassada afirmou que Lula é "um preso político, vítima de uma perseguição implacável de adversários, que lançam mão do 'lawfare' para calá-lo e destruí-lo, no esforço de desqualificar seu papel perante a história e o povo brasileiro".

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Na Espanha, Dilma fará conferências na Casa de América em Madri, amanhã, e no Colégio de Advogados, em Barcelona, na quinta-feira (12).

Lá, ela deve receber uma investidura de honra e Medalha do Centenário da Real Academia Europeia de Doutores.

Nos EUA, a ex-presidente irá discursar em universidades da Califórnia. Dilma vai passar por Berkeley (dia 16), por Stanford (dia 17), e pela Universidade Estadual de San Diego (dia 18).

Presidenciáveis

A deputada estadual do Rio Grande do Sul e pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela d'Ávila, disse que a prisão do ex-presidente Lula da Silva será denunciada como perseguição política em países da América Latina. "Estamos organizando uma agenda no Uruguai e na Argentina para mostrar o que está acontecendo", afirmou, em entrevista a uma emissora de rádio.

O ex-ministro da Defesa, Celso Amorim, ressaltou a declaração dada pelo atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, em Portugal, dizendo que a prisão de Lula seria uma mancha para o Brasil no exterior. "Espero que essa visão (de Gilmar Mendes) passe para outros ministros (do STF)".

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, questionou a ausência de provas concretas para a condenação do ex-presidente Lula e afirmou que não descansará até que o petista seja libertado. Em assembleia da ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo, Boulos as acusações de corrupção que existem contra o presidente Michel Temer. Também citou as gravações do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em conversas com o empresário Joesley Batista, da JBS.

"Contra Lula não tem uma gravação, não tem uma mala, não tem uma conta (ilícita) e ele está preso em Curitiba", enfatizou o pré-candidato.