Curto-circuito causou incêndio

Escrito por Redação ,
Legenda: Desabrigados do edifício que desabou recebem doações em frente à igreja, no Largo do Paissandu
Foto: Foto: Ag. Brasil

São Paulo. A investigação policial sobre a causa do incêndio que derrubou o edifício Wilton Paes de Almeida concluiu que um curto-circuito em uma tomada usada por uma família que vivia no quinto andar provocou a tragédia e negou que as chamas tenham começado após uma briga de casal.

Os policiais fizeram essa afirmação após ouvir depoimentos de Walquíria Camargo do Nascimento, moradora do andar onde o fogo começou.

O marido dela, Pedro Lucas Ribeiro, e uma das filhas do casal, Maria Cecilia, estão internados. A mulher contou que acordou com o barulho do curto-circuito em uma tomada onde estavam ligados um micro-ondas, uma TV e uma geladeira.

No terceiro dia de buscas por vítimas da tragédia, os bombeiros começaram ontem a usar equipamentos pesados para limpar os destroços.

Oficialmente, para os bombeiros, há quatro desaparecidos que podem estar sob os escombros: Ricardo Amorim, o Tatuagem, que era resgatado no momento em que a construção veio abaixo, Selma Almeida da Silva e os dois filhos gêmeos dela.

Ao longo do dia, mais três famílias comunicaram que não conseguem falar com parentes que viviam na ocupação. Zenaide Melo Souza, de 38 anos, por exemplo, procura informações do ex-marido, o confeiteiro Francisco Lemos Dantas, de 56 anos, o Nilson. Segundo ela, Nilson não atende o celular desde o dia do desabamento.

Aluguel

A polícia de São Paulo vai investigar movimentos de moradia que cobram aluguel de sem-teto em ocupações. Equipes que atuam no combate ao crime organizado dizem ter indícios de que a facção criminosa PCC usa algumas dessas ocupações como fachada para esconder drogas, armas e traficantes. Moradores do prédio que desabou no Largo do Paissandu na última terça relataram que pagavam até R$ 400 por mês para o Movimento da Luta Social por Moradia (MLSM), responsável pela ocupação que pegou fogo e ruiu.

Embora digam que o MLSM ainda não foi alvo de inquérito, policiais que apuram ações do crime organizado veem semelhanças entre a atuação deste grupo e o antigo Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS), que liderou a ocupação do Cine Marrocos. Em 2016, o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico encontrou fuzis, carabinas e drogas escondidos num poço de elevador do edifício invadido.