Crivella barra impeachment

Em sessão tumultuada, maioria dos vereadores votou contra o pedido de abertura do processo de afastamento dele

Escrito por Redação ,
Legenda: Apesar de conseguir votos suficientes para impedir a tramitação de denúncia no Legislativo, Marcelo Crivella é alvo de ação civil pública por improbidade
Foto: FOTO: ABR

Rio de Janeiro. Por 29 votos a 16, a maioria simples, a Câmara do Rio vetou a abertura do processo para investigar o prefeito Marcelo Crivella. O resultado foi comemorado por vereadores da base governista e também pelos manifestantes pró-prefeito que assistiam a sessão extraordinária, que teve a presença de 47 dos 51 vereadores.

Mesmo se fosse aprovado, o prefeito não seria afastado do cargo, e permaneceria na função durante os trabalhos da comissão que teria 90 dias para analisar as denúncias feitas contra o prefeito, que tinham como pano de fundo reportagem do jornal "O Globo" que na semana passada revelou uma agenda secreta do prefeito com pastores evangélicos na qual ele prometeu uma série de facilidades, como agilidade para cirurgias de cataratas e varizes.

Com galerias lotadas, a sessão começou pontualmente às 14h. O clima era bastante tenso dentro e fora da Câmara. Em galerias separadas, manifestantes a favor e contra o impeachment do prefeito trocavam palavras de ordem durante todo o tempo que os vereadores discursaram. Enquanto o grupo a favor do prefeito, na Galeria A gritava "Crivella", o grupo na Galeria B gritava "fora". O barulho chegou a atrapalhar os discursos.

Enquanto do lado de dentro da Câmara os manifestantes pró-Crivella estavam presentes em peso, do lado de fora a manifestação contra o prefeito tomou conta das escadarias da Câmara.

Representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), em um carro de som discursaram contra o prefeito. Um grupo menor, armado com apenas uma caixa de som, tentava fazer frente ao carro do Sepe, pedindo "fica Crivella" e "fora Freixo". Crivella não perdeu tempo para se articular nos bastidores da Câmara para recompor sua base e evitar que um processo fosse aberto. A costura política passou pelo fortalecimento do apoio do MDB.

MP-RJ

Já o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ajuizou, na quarta à noite, uma ação civil pública contra Crivella, por improbidade administrativa. Conduzidas desde agosto de 2017 pela 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania, as investigações apontam que o prefeito vem utilizando a máquina pública municipal para atender a interesses de integrantes de igrejas evangélicas.