Concluído inquérito contra Gleisi

Escrito por Redação ,

Brasília. A Polícia Federal concluiu no inquérito em que investiga a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que há evidências de que a presidente do PT recebeu R$ 885 mil de propina em esquema de corrupção alvo da Lava Jato. No relatório final do caso, enviado ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, o delegado Ricardo Hiroshi Ishida lista cinco repasses que teriam sido recebidos por Gleisi que podem ser enquadrados nos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Quatro pagamentos citados, segundo a PF, estão relacionados à Consist, investigada na Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato em São Paulo que mirou em irregularidades no Ministério do Planejamento na gestão de Paulo Bernardo, marido de Gleisi. O quinto, no valor de R$ 300 mil, teria como origem a TAM Linhas Aéreas, mas os documentos sobre o repasse também foram apreendidos na Custo Brasil.

LEIA AINDA
> Justiça Federal manda prender José Dirceu
> Lula perde direitos de ex-presidente

Todos os pagamentos citados no relatório da PF foram efetuados por meio do escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que atuou para Gleisi e Paulo Bernardo.

A empresa de software Consist teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados entre 2010 e 2015 no Planejamento. A operação foi deflagrada em 23 de junho de 2016, quando prendeu Paulo Bernardo, posteriormente solto. Gleisi e Paulo Bernardo já são réus na Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro.

Questionamento

Ontem, Gleisi também questionou, em nota, o vazamento do relatório do inquérito da Polícia Federal (PF) que a investigou e que concluiu que foram encontradas evidências de que ela recebeu R$ 885 mil de um esquema de corrupção alvo da Lava-Jato.

"Como é que um processo que corre em segredo de Justiça tem um suposto relatório vazado para a imprensa". Gleisi afirmou ainda que nunca teve contas pagas por terceiros.