Centro Regional de Inteligência será mesmo no Ceará

Anúncio ocorreu um dia após a ideia receber apoio dos governadores nordestinos, reunidos em Teresina, no Piauí

Escrito por Redação ,
Legenda: Raul Jungmann, titular da Pasta da Segurança Pública; o governador cearense Camilo Santana (PT); o presidente da República, Michel Temer; e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) firmaram o acordo
Foto: Foto: Presidência

Brasília. O Ceará vai abrigar a sede de um Centro Regional de Inteligência da Polícia Federal do Nordeste, o primeiro do País a ser implantado.

O anúncio do acordo entre o governo federal e o Estado do Ceará foi feito, ontem, um dia após a ideia receber apoio dos governadores da região, em um encontro em Teresina (Piauí).

O objetivo do Centro é reforçar o combate das forças de segurança contra o crime organizado, que atua por meio de facções locais e braços regionais do narcotráfico do Rio de Janeiro e de São Paulo, principalmente.

Ontem, em Brasília, ao lado do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (PPS-PE) e do governador do Ceará, Camilo Santana (PT-CE), o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), fez o anúncio da confirmação do Ceará como sede do Centro Regional de Inteligência da PF.

Ele fez questão de dizer que a conquista só foi possível graças à articulação política do governador cearense.

"Nós concretizamos este que não é um desejo apenas nosso, mas de toda a sociedade cearense e, por que não dizer, do Nordeste brasileiro, porque agora os governadores, a articulação do governador Camilo Santana, apoiam essa iniciativa do presidente da Republica e do ministro (Jungmann) de instalar esse importante centro de inteligência no Ceará para que as famílias cearenses possam ter certeza que o crime no Ceará vai diminuir e desaparecer por completo", declarou Eunício.

O reforço dos setores de inteligência contra o crime organizado faz parte da série de medidas que o governo federal e o Congresso discute e elabora para realizar o enfrentamento aos casos de violência que assustaram capitais como o Rio de Janeiro e Fortaleza, palco da chacina das Cajazeiras, no mês passado.

Oposição

No dia 21 de fevereiro, o Senado aprovou, por exemplo, o decreto presidencial da intervenção federal na área da segurança pública no Rio de Janeiro.

Uma semana depois, Michel Temer criou o Ministério Extraordinário da Segurança Pública. A oposição critica as ações do presidente, acusando um suposto interesse eleitoral do peemedebista, que nega ter um projeto de reeleição.

Desde o início da discussão sobre a crise na área, houve quem defendesse o decreto também de intervenção federal na segurança pública do Ceará, como fez o deputado federal Danilo Forte (DEM-CE), mas a medida foi descartada pelo ministro Jungmann e por aliados do governador Camilo Santana, sob o argumento de que a situação no Ceará não é tão crítica quanto à do Rio de Janeiro.

Localização geográfica

O governador cearense comemorou o acordo fechado para tirar o projeto do papel.

"Essa é uma grande conquista para a segurança pública do nosso Estado e de todo o Nordeste", declarou após o fechamento do acordo no Palácio do Planalto com Michel Temer.

A localização geográfica estratégica do Ceará, ponto mais próximo dos continentes africano e europeu, além de estar na rota para o Caribe e América do Norte, foi um dos principais argumentos técnicos para a escolha do Estado para abrigar a sede do primeiro Centro Regional de Inteligência da PF.

O crescimento econômico do Estado, impulsionado pela ampliação das atividades do Porto do Pecém e do Aeroporto Pinto Martins, também foi destacado nas negociações para o Ceará será o coração das atividades de inteligência da PF no Nordeste.