Candidatos apresentam projetos via assessores

Representantes de seis presidenciáveis debateram ideias sobre fomento à economia e sobre o papel do BNDES

Escrito por Redação ,
Legenda: Foram abordadas estratégias de cada chapa para equilibrar as contas públicas, recuperar o investimento e geração de emprego e renda no País
Foto: Foto: ABDE

Brasília. Assessores de seis candidatos a presidente da República debateram ontem, em Brasília, caminhos para a retomada do crescimento econômico no País. No encontro O Desenvolvimento que o Brasil Precisa, promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), foram abordadas estratégias para equilibrar as contas públicas, recuperar o investimento e geração de emprego e renda no País.

O assessor econômico da campanha do ex-presidente da República Lula (PT), Márcio Pochmann, afirmou, ontem, que é preciso melhorar o padrão de financiamento de médio e longo prazo no Brasil. "Precisamos de uma reforma bancária no Brasil, pois temos um sistema oligopolizado", disse Pochmann.

Ele propôs que o Brasil acesse os recursos do Banco dos Brics e defendeu o uso de recursos da reservas internacionais para alavancar os investimentos de médio e longo prazo.

Já assessor econômico da campanha de Marina Silva (Rede), Eduardo M. Bandeira, avaliou que é preciso definir prioridades para o sistema nacional de fomento. "Só a partir da definição dessas prioridades que poderemos encontrar o funding adequado, que pode ser a volta da TJLP ou não". Para Bandeira, as agências regionais de fomento são importantes para dar capilaridade aos investimentos.

O coordenador da campanha de Ciro Gomes (PDT), Nelson Marconi, disse que os bancos de investimento podem captar recursos por meio da emissão de debêntures e novos títulos que sejam isentos de imposto de renda. "Achamos que temos que evitar usar recursos do Tesouro Nacional, mas dependendo do tamanho da operação, isso pode ser necessário", afirmou Marconi, que também defendeu o uso dos recursos depositados no Banco dos Brics.

Por sua vez, o assessor econômico da campanha de Henrique Meirelles (MDB), José Márcio Camargo, defendeu que o BNDES e as agências de fomento criem condições para que os recursos possam ser investidos "por quem tem o mandato" para isso. Segundo ele, é preciso chamar o setor privado para colaborar na definição das prioridades dos investimentos.

A coordenadora do plano de governo de Álvaro Dias (Podemos), Ana Paula Oliveira, defendeu o fortalecimento das redes regionais de fomento sob a orientação do BNDES. "É preciso criar produtos diferenciados para a oferta de crédito no mercado", acrescentou.

"Nosso objetivo é crescer no mínimo 5% ao ano em média e criar pelo menos 10 milhões de empregos", afirmou Ana Paula.

O assessor econômico da campanha de Guilherme Boulos (PSOL), Marco Antonio Rocha, foi outro a defender o fortalecimento dos instrumentos regionais de fomento.

Rocha afirmou ainda que o programa de governo do candidato tem uma característica emergencial para buscar resolver a questão do emprego, mas também tem uma parte estruturante de longo prazo.

Mercado financeiro

No fim da noite, em outro evento voltado para o mercado financeiro, os próprios candidatos à Presidência expuseram suas ideias.

Os presidenciáveis Alckmin, Ciro e Meirelles centraram críticas no PT, tanto do ponto de vista da gestão, quanto das articulações realizadas no período pré-eleitoral. Dias (Podemos) focou seu discurso na defesa da Lava-Jato. Hoje, Haddad e Amôedo serão sabatinados.