Candidato petista diz que não daria indulto a Lula

Escrito por Redação ,

Rio de Janeiro. O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad (PT), afirmou, ontem, que não vai dar indulto ao ex-presidente Lula, preso pela Lava-Jato, caso seja eleito. "Lula é o primeiro a dizer que não quer favor, quer reconhecimento do erro do Judiciário". Pressionado, Haddad, pela primeira vez, negou: "Não. Não ao indulto", disse, em entrevista à Rádio CBN e ao portal G1.

Na entrevista, Haddad citou novamente que nas visitas que faz ao líder petista o próprio Lula rechaça a ideia de deixar a prisão por meio de um decreto presidencial, pois confia que as cortes brasileiras de Justiça e os fóruns internacionais irão atestar a sua inocência no processo do tríplex do Guarujá (SP), no qual foi condenado a 12 anos e um mês de prisão. O ex-presidente está preso na sede da Polícia Federal de Curitiba desde o dia 7 de abril.

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"Lula é o primeiro a dizer que não quer favor, quer reconhecimento do erro judiciário", repetiu Haddad.

Questionado se colocaria Lula em um ministério, Haddad desconversou. "Acho essa pergunta muito pequena para um cara da estatura do Lula. Ele só aceitou ser ministro da Casa Civil (em 2016) porque estávamos prevendo que um golpe de Estado aconteceria como aconteceu", disse, em relação ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Nas críticas à gestão Dilma, Haddad reiterou que não manteria em um eventual governo a política de desonerações.

A despeito das críticas, o petista disse que Minas Gerais irá reparar o erro do impeachment da então presidente da República, elegendo-a senadora, "enquanto seu algoz Aécio Neves não será eleito".

Apoio a Ciro

Haddad lembrou que Aécio não concorre à reeleição ao Senado. O tucano disputa uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O petista disse ainda que apoiaria Ciro Gomes (PDT) em um segundo turno.

"O Brasil está correndo risco de entrar numa nova aventura. Eu gosto do Ciro, sou amigo dele, pretendo estar junto com ele nessa caminhada. Não deu no primeiro turno. Nós pertencemos ao mesmo campo político contra esse obscurantismo que hoje está vigente no País".

Já o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, disse que daria indulto a Lula, caso seja eleito. "Defender o Lula diante de uma condenação injusta é defender a democracia", afirmou Boulos.