Candidato defensor de armas sofre rejeição

Escrito por Redação ,

São Paulo. Uma pesquisa inédita mostra que mais da metade da população brasileira rejeita candidatos que apoiam as indústrias de agrotóxicos, tabaco, armas e álcool. O levantamento encomendado pela organização não governamental ACT (antiga Aliança de Controle do Tabagismo), que atua na área de promoção da saúde, ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos (ou seja, com idade para votar) e foi feito pelo Datafolha.

Entre os setores, a maior rejeição é ligada aos agrotóxicos. Ao todo, 89% dos entrevistados dizem que não votariam em um candidato que apoie essa indústria, enquanto 5% não sabem e 6% dizem que talvez ou certamente votariam.

Ao mesmo tempo, 85% dos entrevistados afirmam que não votariam em candidatos que apoiam a indústria do tabaco, 80% rejeitam os que apoiam a indústria de armas e 71%, a indústria do álcool.

Para Paula Johns, diretora-executiva da ACT, os dados mostram um descolamento entre a opinião pública e a posição dos últimos eleitos no Congresso e em cargos do Executivo.

Ela pondera que as bancadas têm crescido, embora o apoio muitas vezes ocorra de forma velada. Apesar da rejeição de 80% dos eleitores em relação à indústria das armas, o tema é uma das principais pautas.

O porte de arma no campo, por exemplo, divide os candidatos à Presidência da República. O primeiro a defender essa questão, ainda durante a pré-campanha, foi Bolsonaro (PSL).

Em busca do eleitorado rural, que migrou em parte para Bolsonaro, Alckmin (PSDB) se diz a favor da facilitação do porte de arma para quem não vive na zona urbana. Ciro (PDT) e Marina (Rede) se dizem contra. Fernando Haddad (PT) afirmou ser a favor da manutenção da legislação em vigor.