Bolsa Família vai ganhar reajuste de 5,67%

Em pronunciamento na véspera do Dia do Trabalho, Michel Temer citou maior benefício pago no programa social

Escrito por Redação ,

Brasília. Em pronunciamento à nação, o presidente Michel Temer (MDB-SP) anunciou que autorizou o reajuste do programa Bolsa Família.

O discurso, em razão do Dia do Trabalho, celebrado hoje (1º), foi ao ar às 20h30 de ontem (30) em rede de rádio e TV.

O Ministério do Desenvolvimento Social informou, em nota, que o reajuste autorizado será de 5,67% a partir de julho. Com isso, o pagamento passa de R$ 177,71 para uma quantia estimada de R$ 187,79.

Além do reajuste, no pronunciamento, Temer disse que o 1º de Maio é um momento de reflexão. "Amanhã, o Dia do trabalho, é um dia de reflexão, não é um dia de festa. Nós temos que comemorar a nossa capacidade de trabalho. De resistência, de superação. Só ela vai nos permitir festejarmos amanhã".

O presidente disse que os desempregados não devem perder a esperança e que o governo está trabalhando para criar mais postos de trabalho.

"E você trabalhador que procura trabalho, não perca a esperança. O Brasil está crescendo, e, a cada dia, estamos criando mais postos e mais oportunidades".

Atualmente, 13,1 milhões de pessoas estão sem emprego no país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada no final de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O presidente agradeceu aos trabalhadores, citando professores, trabalhadores do campo, da segurança pública e servidores públicos, pelos serviços prestados ao país no dia a dia e voltou a rebater os críticos a seu governo.

"Você tem feito a sua parte, tem acordado cedo, se dedicado e se empenhado. E do lado de cá, também estamos trabalhando duro. (...) Enquanto alguns passam o dia criticando, a gente passa o dia trabalhando. E nessa data especial, o país agradece a quem faz, a quem produz e a quem realiza".

Inflação

O reajuste autorizado para o programa é maior que a inflação. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, a suplementação orçamentária para este ano, para cumprir o reajuste, será de R$ 684 milhões. "Fizemos um verdadeiro saneamento nos programas vinculados à nossa pasta, com revisões nos benefícios do INSS, como o auxílio-doença, e no próprio Bolsa Família.

As ações permitiram que mais pessoas entrassem no programa. Além disso, zeramos a fila de espera e, ainda, aumentamos o valor do benefício", disse o ministro Alberto Beltrame, no comunicado.

O reajuste cobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado de julho de 2016 a março de 2018 (4,01%), o período em que o benefício não foi reajustado. Atualmente, o programa contempla 13,7 milhões de famílias em todos os municípios do Brasil.

Obstáculos

O porcentual do reajuste foi motivo de embate entre a equipe econômica, que desejava apenas repor a inflação de 2017, e a ala política do governo Temer, que prevaleceu.

O grupo político defendia um aumento acima da inflação, em ano eleitoral. O último reajuste do Bolsa Família foi anunciado em junho de 2016, logo após Temer assumir o Palácio do Planalto - o índice foi de 12,5%.

Agora, técnicos da área econômica do governo federal terão agora que fazer os cálculos para acomodar o custo do reajuste do Bolsa Família no Orçamento.

O principal obstáculo a um reajuste maior que a inflação era o impacto sobre as despesas do governo, que já estão bloqueadas devido à possibilidade de frustração de receitas com a privatização da Eletrobrás, estatal de energia, e a limitação imposta pelo teto de gastos.

Na TV, Temer disse que "o presidente da República não podia deixar de mostrar serviço" no 1º de Maio. Ele também anunciou que renovou o programa "Luz para Todos", que alcançará mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica.

Temer ainda disse que o novo salário mínimo está encaminhado e será o maior da história do País. "Enquanto alguns passam o dia criticando, a gente passa o dia trabalhando", disse o emedebista no vídeo.