Apoiadores de ex-presidente se manifestam em Fortaleza

Escrito por Redação ,
Legenda: A mobilização na Capital teve participação de militantes de partidos, movimentos sociais, sindicatos, estudantes e apoiadores do ex-presidente
Foto: Foto: JL ROSA

Em protesto à ordem de prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, milhares de manifestantes foram às ruas da Capital na tarde de ontem (6) para se posicionar contra as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) desfavoráveis ao petista. O ato, realizado no bairro Benfica, foi marcado por críticas ao juiz federal Sérgio Moro, que determinou a detenção de Lula minutos após a autorização do TRF4, na última quinta-feira (5). De acordo com a organização do evento, a manifestação reuniu 30 mil pessoas.

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A mobilização teve participação de membros e militantes de partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos, estudantes universitários e apoiadores do ex-presidente. O grupo se concentrou na Praça da Gentilândia e seguiu em marcha pela região, passando pelas avenidas Treze de Maio, da Universidade, Carapinima e Domingos Olímpio.

Vaias

Durante o trajeto, os manifestantes exibiram cartazes e faixas com frases em apoio a Lula. Em vários momentos do percurso, os participantes proferiram vaias contra a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, o juiz Sérgio Moro e o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que fez declarações controversas sobre o caso nas redes sociais.

O presidente do PT no Ceará, De Assis Diniz, classificou o pedido de prisão do ex-presidente como uma "perseguição" ao petista e uma tentativa de retirá-lo da disputa presidencial nas eleições deste ano. "Só temos um sentimento, que é de solidariedade e resistência. É o sentimento de que não estão prendendo Lula, e, sim, um candidato a presidente que tem simpatia e apoio do povo, que é a principal razão de querem tirá-lo da disputa", afirmou Diniz.

Constituição

Para Dóris Soares, representante da Frente Povo sem Medo, um dos movimentos responsáveis pela articulação do ato, a decisão do STF de negar Habeas Corpus a Lula e permitir a execução da pena antes do fim do prazo de recursos vai contra o princípio constitucional de presunção de inocência. "Além disso, antes mesmo de ele ser julgado em segunda instância, o juiz Sérgio Moro decide precipitar a prisão", destacou. "O que estamos defendendo não é só Lula, mas também nossa Constituição e a democracia", acrescentou.

Presente no ato, o presidente estadual do PSOL, Ailton Lopes, lembrou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, no último dia 14, e declarou que, assim como o ataque à ativista, as ações contra Lula se tratam de um "ataque aos direitos democráticos".

"Isso faz parte de uma escalada autoritária", afirmou.

Uma nova manifestação pró-Lula na Capital está marcada para a tarde deste sábado (7), na Praça Luíza Távora, na Aldeota