Analista diz que rejeição é desafio
A menos de três semanas para o primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL) terá de reduzir sua elevada taxa de rejeição (44%, segundo o Datafolha), a maior entre os presidenciáveis, para continuar em alta nas pesquisas de intenção de voto. A avaliação é do cientista político Rodrigo Gallo, docente da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).
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"O maior desafio da candidatura de Bolsonaro é tentar reverter a rejeição porque assim ele consegue pegar eleitores indecisos e trazê-los para o lado dele", analisou o professor em entrevista ao Diário do Nordeste.
Para o especialista, a atuação intensa nas redes sociais da família Bolsonaro e de seus apoiadores é insuficiente para compensar seu tempo curto da propaganda eleitoral em rádio e TV e a falta de atos nas ruas e comícios.
"Rede social tem uma certa relevância no processo eleitoral, mas não sabemos ainda se é capaz de mudar o resultado eleitoral no Brasil. A gente cria a falsa premissa de que todo mundo está em rede social, mas uma parte muito grande do Brasil não está conectada em Twitter nem Facebook. Nesses casos, a campanha na TV ainda é decisiva", disse.
O especialista citou, por exemplo, o caso do presidenciável João Amôedo, do Partido Novo. "Ele tem usado bastante as redes sociais para expor críticas a outros partidos e apresentar propostas, mas a gente não o vê decolar nas pesquisas", disse.
No Datafolha, Amoêdo tem 3%, empatado numericamente com Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB).
Para Gallo, a comoção causada pelo atentado sofrido por Bolsonaro ocorreu principalmente nas redes sociais. "Mas isso não necessariamente se reverteu em um grande aumento de intenções de voto para ele", observou.