Voto de cabresto

Estamos em ano eleitoral e novamente nos deparamos com a difícil tarefa de elegermos nossos representantes. São tantas as desilusões, que muitos brasileiros preferem distanciar-se dos debates políticos. Dentre os mecanismos utilizados pelos candidatos nos pleitos eleitorais, destaca-se o voto de cabresto que teve seu auge nas primeiras décadas do Século XX.

No passado, os coronéis, como eram conhecidos os ricos fazendeiros que lideravam a política em âmbito municipal e detinham a influência sobre uma determinada região, permutavam esses votos com candidatos estaduais e federais, em troca de favores.

Mas como garantir os votos prometidos? Simples, bastava utilizar a força e a intimidação, pois, o voto não era secreto e podia ser identificado com facilidade. Tornar o voto secreto não foi suficiente. Mesmo diante de todas as mudanças ocorridas no decorrer do último século, essa prática persiste e de maneira eficiente se amolda às novas relações sociais.

Hoje, a força cedeu lugar ao convencimento, à persuasão e à troca de favores, e suas consequências são terríveis visto que dificultam a inserção de lideranças que não possuem tradição política, sendo em muitos casos o fiel da balança em uma disputa eleitoral.

Alguns votam pela influência do candidato e não pela sua proposta de governo. Somente com educação esse cenário pode ser transformado. Sensibilizar e conscientizar as novas gerações para a participação política e para a escolha responsável de nossos representantes é algo essencial para uma mudança positiva em nossos destinos.

Rafael Pinheiro Pontes. Bacharel em História