Vaidade

Smith, homem de meia-idade, boa aparência, possuidor de recursos econômicos herdados do genitor, graduado - com dificuldade - em Ciências Sociais, era extremamente vaidoso. Apesar de casado, procurava ter relacionamentos com moças bonitas e, enganando-as, fazer viagens românticas. Não se dedicava ao trabalho, vivendo ou "vegetando" de rendas auferidas sem esforço.

A rigor, mau caráter, pois sua vida era dominada por sentimentos oriundos da vaidade, tais como a inveja, a calúnia, o ódio, a ambição, o orgulho etc. Por não possuir um interior sadio e consistente, não se importava com o mundo exterior. Coitado do Smith! Não percebia que a vaidade de hoje é a ilusão da grandeza que se transformará em sofrimento amanhã. Pois bem, como sempre vivendo de aventuras irresponsáveis, procurou o seu "melhor amigo" para pedir uma opinião. Desejava se candidatar a um cargo no Legislativo federal e gostaria de saber de Pedro Luiz se era uma boa ideia. Ao ouvir a pergunta, o "pseudoamigo" ficou perplexo. Pedro Luiz teve um momento de lucidez e desaconselhou o visionário e egoísta Smith. Foi além, indagando-lhe a razão do seu desejo. Respondeu Smith: Na vida consigo tudo o que quero e "ficaria feliz", quando falecer, ter meu nome imortalizado numa avenida, praça, rua, ou até mesmo num município.

Pobre Smith! Observando-se trechos do poema "Ilusão da Vida", de Francisco Otaviano, pode-se dizer: Smith você "passou pela vida em branca nuvem"; "foi espectro de homem"; "só passou pela vida, não viveu". É importante saber que a humildade é o caminho para se encontrar a verdade e a felicidade.

Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC