Transgênicos

Não é fácil desenvolver um novo transgênico. De acordo com um estudo inglês, de autoria de Phillips McDougall, para um produto chegar ao mercado são necessários, em média, 12 anos de estudos. Esse é o período entre a descoberta do gene e a liberação comercial de uma cultivar na qual há um trecho de DNA de outro organismo ou na qual o genoma da própria variedade está editado. Em outras palavras, se o Brasil comemora 20 anos de transgênicos em 2018, podemos calcular, para além desse tempo, pelo menos mais 10 anos de pesquisa e desenvolvimento. Isso representa 30 anos de transgênicos sem registro de malefício à saúde humana, animal ou ao meio ambiente. No mínimo, isso confirma a segurança desses produtos, desde o princípio atestada por pesquisadores e agências reguladoras. A Embrapa, por exemplo, foi a primeira empresa pública do mundo a aprovar um OGM.

Em 2011, ela conseguiu na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) a autorização para a comercialização do feijão GM resistente ao vírus do mosaico dourado, uma doença que devasta as lavouras dessa leguminosa. A empresa também está em fases avançadas do desenvolvimento de uma soja e uma cana-de-açúcar GM tolerante à seca, esperança para muitos agricultores de regiões com pouca disponibilidade de água. É fundamental valorizar a pesquisa brasileira nessa área.

Em nosso País, apesar de todas as dificuldades pelas quais a ciência nacional passa, fomos capazes de desenvolver produtos inovadores que facilitam a vida dos agricultores e facilita o Brasil chegar mais perto dos líderes globais desse mercado.

Hugo Molinari
Engenheiro agrônomo