Subtração e fraude

Vejo sempre, na mídia televisiva, furtos de cargas as mais diversas de caminhões acidentados, feitos não apenas por miseráveis, que veem naquelas mercadorias uma forma momentânea de melhorar sua situação, mas por pessoas bem vestidas, aparentemente abastadas, que estacionam seus carros e se locupletam do que podem.

Outro tipo de delito assaz corriqueiro é o relatado por uma senhora indignada, na fila do caixa da padaria em que também me encontrava, por descobrir que um de seus vizinhos subtraia energia elétrica por meio de ligação clandestina, usando a fiação de sua casa.

Ao notar que sua conta de energia estava bem mais elevada, sem motivo, reportou o fato à Enel, recebendo a triste notícia do desvio na fiação, não da iluminação pública, mas de sua casa. A companhia energética solucionou o problema, prometendo apurar o caso e responsabilizar o infrator, que ela, vítima do golpe, preferiu ignorar, envergonhada da atitude dele.

Casos como esses não permitem traçar o perfil do brasileiro como desonesto, ou mesmo oportunista, porque não são da ordem da normalidade, mas causa desconforto e decepção aos homens de bem saber dos vários tipos de subtração fraudulenta que seus semelhantes frequentemente praticam no País.

Deixo para o leitor, cada um em sua área de conhecimento - moral e ética, teologia, antropologia, pedagogia, sociologia, psicologia, entre outras que concorrem para a formação do indivíduo -, encontrar soluções para mudar esse comportamento deletério, que, como metástase, está a desvirtuar os valores de muitos de nossos irmãos brasileiros.

Pedro Roberto Sampaio. Administrador