Reeleição temerária

Estais brincando", diria com sua verve o humorista Costinha, repetindo o seu velho bordão televisivo. "Estais brincando", Temer, quando dizeis ao povo brasileiro: "Seria uma covardia não ser candidato". "Meu Deus, meus Deus, quanto horror perante os céus", bradaria o poeta Castro Alves. Mas não foi esse mesmo Temer (valei-nos Deus) a garantir, ao povo não desejar de forma alguma candidatar-se à reeleição, e tão só cumprir o mandato restante da injustiçada Dilma Rousseff? Agora, ao fim do melancólico mandato, muda de opinião, e se propõe a ser candidato a presidente da República.

Senhor, tende piedade de nós, do Brasil e dos seus filhos. Este País merece coisa melhor, e esse Temer, nada temeroso dos caminhos e descaminhos da política, merece o castigo do ostracismo, dos antigos gregos clássicos, tal o descaramento de como assumiu como vice a Presidência da República, e mudou a seu talante o programa de governo, em cuja chapa foi reeleito com o PT. Agora, almeja a reeleição da reeleição, ontem de vice, agora de presidente.

Tremendo mágico, frio como uma pedra de gelo, mãos entrelaçando mãos, acha possível enganar milhões de brasileiros vítimas de sua política malsã, de desemprego e de escândalos, sob o manto da mentira de dados nada confiáveis, realçados sob a égide da questão da "segurança" do " jogo de mestre", na qual jogou o prestígio do Exército numa campanha de êxito duvidoso. Os brasileiros saberão dar a Temer e a seus seguidores o rotundo não nas suas pretensões eleitoreiras.

Onde ficam as antigas promessas de tão só cumprir o restante do mandato de Dilma?

Eduardo Fontes
Jornalista e administrador