Reeleição no Brasil

A reeleição no Brasil foi uma extravagância promovida pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, para ele próprio se autobeneficiar com novo mandato presidencial. Nunca na história republicana brasileira alguém tentou implantar esta novidade, prevista inicialmente para o cargo de Presidente, Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos. A partir dessa Emenda de nº 16, de 04 de junho de 1997, iniciou-se de maneira desbragada a corrupção no Brasil, pois a inovação prevista para os cargos do mais alto escalão espalhou-se como fogo de queimada para todos os demais poderes, e daí para as entidades do setor privado. Já à época da aprovação da esdrúxula mudança, a boca da corrupção se escancara na compra de votos, como noticiava a imprensa com estardalhaço. Sem o instituto da reeleição, a corrupção não teria sido cevada com dinheiro público, propinas, obras superfaturadas, e anão algum teria pretensões de virar gigante. O lulismo não teria crescido, com a reeleição do Lula e de sua marionete, e muitos outros desmandos, na área dos três poderes e das empresas estatais et caterva, não encontrariam campo fácil para prosperar. O próximo presidente da República precisa acabar com a reeleição em todos os níveis, como forma de inibir a corrupção e impedir o surgimento de pseudolíderes insubstituíveis, como se verifica hoje na Rússia e na China, esta com "presidente" agora permanente. A reeleição foi assim uma herança maldita deixada pelo senhor FHC, uma porta aberta para a corrupção, pois o pleiteante não precisa se afastar do cargo para conquistar "novo mandato".

Eduardo Fontes. Jornalista e administrador